Em boa fase, Oracle cresce no Brasil em mercado que lembra EUA “há dois anos atrás”

Em meio à tempestade provocada pela IA generativa no setor de tecnologia, uma companhia tem discretamente ganhado força: a Oracle (ORCL34). A gigante do setor de nuvem tem acelerado o ritmo de investimentos no Brasil, embora acredite que o país ainda esteja alguns passos atrás neste mercado em comparação a países como os Estados Unidos.

“O momento de maturidade do mercado é um pouco distinto. O Brasil está dois anos atrás do que está acontecendo nos Estados Unidos”, diz Leandro Vieira, vice-presidente para IA e empresas HighTech da Oracle na América Latina. “Acontece aqui hoje exatamente o que aconteceu lá: empresas nascendo para fazer IA generativa como produto.”

Segundo a empresa, contratos que levem à expansão do serviço de nuvem no Brasil não faltam, mas os volumes financeiros assinados ainda não são tão grandes quanto nos EUA.

Embora não abra números regionais, a Oracle garante que tem aumentado consideravelmente as remessas de GPUs, em especial da Nvidia, principal fornecedora de placas para data centers dedicados a nuvem e inteligência artificial. No mundo, os contratos firmados para utilização de infraestrutura já ultrapassam US$ 100 milhões.

“Dois impactos que sentimos inicialmente e agora estão se estabilizando foram a questão da capacidade energética e a burocracia de entrada dos equipamentos do Brasil”, explica Alexandre Maioral, presidente da Oracle no Brasil em entrevista ao InfoMoney. Com pedidos cada vez maiores, a empresa enfrenta mais fiscalização aduaneira para trazer as GPUs ao Brasil.

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Do ponto de vista energético, quem tem conseguido auxiliar as companhias são as chamadas empresas de colocation, especializadas em desenvolver infraestrutura para data center dos principais provedores de nuvem pública globais. Para lidar com a questão de paralização de cargas para averiguação, a Oracle tem feito pedidos cada vez maiores, levando em conta a expectativa de crescimento do mercado.

Entre os clientes no país está o próprio governo, com quem a Oracle trabalha para desenvolver a nuvem pública da Dataprev, empresa de tecnologia e informações da previdência. Serão dois data centers, em São Paulo e no Rio de Janeiro, com expectativa de entrega para de seis a oito meses.

A Oracle pode não ser tão conhecida do consumidor final como as “7 Magníficas”, as mais influentes companhias de tecnologia listadas em Bolsa nos Estados Unidos: Alphabet (Google), Amazon, Apple, Meta, Microsoft, NVIDIA e Tesla. O desempenho da Oracle no setor de IA generativa, no entanto, tem atraído olhares atentos.

Recentemente, a companhia fechou uma parceria com a OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, para ampliar a oferta de processamento à startup. Segundo Maioral, a Oracle é a única provedora de serviços de nuvem além da Microsoft, dona de 49% da OpenAI e principal fornecedora de serviço de nuvem, por meio da Azure.

Só em 2024, as ações da companhia valorizaram mais de 110%, puxadas por anúncios de parcerias e recorrentes resultados positivos na linha de serviços de nuvem. No trimestre terminado em agosto, o crescimento desse segmento foi de 7%, acima do consenso do mercado.

A divulgação dos últimos resultados da companhia, em setembro, levou o seu cofundador e presidente, Larry Ellison, a ganhar praticamente US$ 95 bilhões em um único dia. Ellison já consta como a segunda pessoa mais rica das Américas, segundo lista publicada pela Forbes.

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