Trumpistas e bolsonaristas amontoam mentiras para denunciar Brasil por “censura política”

O presidente reeleito dos EUA, Donald Trump, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Imagem: reprodução.

Em ação coordenada com parlamentares bolsonaristas, deputados republicanos dos EUA enviaram uma carta à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), ameaçando cortar recursos se não houver ações contra o Brasil. A pressão ocorre após a suspensão temporária da plataforma X (antiga Twitter), alegada pelos republicanos como um risco à liberdade de expressão. Com informações de Jamil Chade, do UOL.

A carta, assinada pelos aliados de Donald Trump, critica decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) brasileiro e cobra da CIDH  (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) medidas contra o que chamam de “censura política”. Além disso, os congressistas alertam que, sob um eventual governo Trump, o orçamento destinado à Comissão poderá ser revisto, caso o órgão não atenda

Deputados brasileiros que viajavam para debater liberdade de expressão com a CIDH, tiveram o encontro principal cancelado e se reuniram apenas com comissários do órgão em Washington – o que teria frustrado a parte bolsonarista do grupo.

Contudo, eles conseguiram convencer republicanos a enviar uma carta para a Comissão, tecendo ameaças contra a instituição. O que os congressistas alertam é que, sem atuar contra o Brasil, o órgão poderia enfrentar cortes de recursos.

Plenário da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Divulgação

“Escrevemos a Vossa Excelência na qualidade de membros da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos a respeito da situação atual no Brasil e das ações tomadas pela Suprema Corte brasileira contra a plataforma de mídia social X, ações que afetam milhões de brasileiros, bem como cidadãos americanos que vivem ou fazem negócios no Brasil e uma empresa americana”, destacaram os deputados americanos.

Em 3 de maio de 2024 uma carta foi enviada para a Comissão, exigindo ações. Mas não houve resposta.

“Desde então, a situação no Brasil piorou consideravelmente, como evidenciado, em primeiro lugar, pelo bloqueio ilegítimo da plataforma X no país, com a declaração de Alexandre de Moraes de sua intenção de restringir o discurso político protegido pela lei internacional de direitos humanos”, disseram. “Embora os serviços do X tenham sido restaurados agora, isso só aconteceu depois que as eleições terminaram e com o X tendo sido forçado a cumprir a lei. Tudo isso é inaceitável”, escreveram os congressistas americanos Darrrell Issa, Carlos Gimenez, Maria Elvita Salazar e Christopher Smith.

Além disso, em uma reunião do grupo de brasileiro  com alguns dos deputados que formam a base mais radical de Donald Trump, o deputado republicano Brian Banin, do Texas, afirmou que está “preocupado com o que está ocorrendo no Brasil”. Ele já teria usado suas redes sociais para levantar suspeitas sobre a eleição presidencial de 2022.

“As eleições perturbadoras que vimos quando presidente Bolsonaro não foi eleito, apesar de milhões de pessoas terem ido votar, e os protestos por todo o país”. “Odeio dizer isso, mas sei o que eles sentem”, destacou, fazendo uma referência aos protestos de Trump depois de ser derrotado em 2020.

Ele também criticou o STF e disse que, com Trump de volta, irão trabalhar para garantir que os brasileiros “tenham liberdade”.

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