VÍDEO – Maoris dançam o Haka no Congresso e travam proposta da direita na Nova Zelândia

Parlamentares realizando o Haka, ritual Maori, na Câmara da Nova Zelândia. Foto: reprodução

Na última quinta-feira (14), uma sessão do Parlamento da Nova Zelândia foi suspensa após uma intervenção simbólica e cultural de membros da etnia maori. Durante a votação preliminar de um projeto de lei que propõe restringir interpretações do Tratado de Waitangi, parlamentares do Te Pati Maori realizaram uma encenação do “haka”, a emblemática dança de guerra maori, em protesto contra a medida.

O projeto, apresentado pelo partido ACT New Zealand, aliado do governo de centro-direita, é visto como uma tentativa de limitar os direitos indígenas. Para os maoris, que representam cerca de 20% da população do país, a proposta mina avanços conquistados ao longo das décadas em tribunais e políticas públicas.

Firmado em 1840 entre a Coroa Britânica e mais de 500 líderes maori, o Tratado de Waitangi é considerado a base das relações entre os colonizadores e os povos indígenas da Nova Zelândia. Ele definiu os termos de governança conjunta, mas sua interpretação tem sido alvo de disputas desde então.

Nas últimas décadas, decisões judiciais expandiram os direitos indígenas, garantindo maior autonomia e proteção aos maoris. Porém, o ACT New Zealand defende que essas interpretações recentes têm causado discriminação contra cidadãos não-indígenas, uma discussão semelhante ao “racismo reverso” que vemos acontecer no Brasil.

Enquanto os parlamentares discutiam o projeto de lei, os membros do Te Pati Maori levantaram-se na Câmara para executar o “haka”. A dança tradicional, amplamente conhecida por sua associação com a equipe de rugby All Blacks, é historicamente usada em ocasiões de desafio ou preparação para confrontos.

O protesto foi amplificado por apoiadores maoris na galeria, cujos gritos abafaram as discussões no plenário, forçando a suspensão temporária da sessão. A cena viralizou nas redes sociais.

A proposta avançou no Parlamento, mas especialistas acreditam que dificilmente será aprovada como lei. O ato de resistência, no entanto, reacendeu debates sobre o tratamento aos povos indígenas no país e o equilíbrio entre os direitos garantidos pelo tratado e os interesses de outros setores da população.

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