Em recado a Bolsonaro, Gilmar diz que “autores intelectuais” de plano de assassinato serão punidos

Gilmar Mendes, ministro do STF, em entrevista à Globonews. Foto: reprodução

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que os autores intelectuais da trama golpista de 2022 devem ser identificados e punidos “para a solidez da democracia brasileira”. Em entrevista à Globonews nesta terça-feira (19), ele comentou a prisão de quatro militares e um policial federal que planejaram uma operação clandestina para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder contando com a morte do presidente Lula (PT), de seu vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, também do STF.

“O trabalho que se vinha trabalhando, e as investigações que já tinham sido feitas, levavam ao objetivo de identificar os autores intelectuais e os mentores dessa prática”, disse o decano do Supremo, que lembrou da reunião golpista em que Bolsonaro convocou quase toda a sua equipe de governo antes das eleições presidenciais e, segundo Mendes, “falavam de ações que deveriam afetar” o pleito.

Na ocasião, o encontro foi usado pelo então presidente para criar narrativas e orientar fake news contra o sistema eleitoral. Bolsonaro sugeriu fraude nas urnas e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ameaçou dar golpe de Estado e admitiu que previa uma derrota para Lula na disputa.

“Estavam lá o ministro da Defesa [Walter Braga Netto], o general [Augusto] Heleno, o próprio [ex-] presidente da República. Então, eu acho que há muitas informações nesse sentido. Eu acho fundamental, até para a solidez da democracia brasileira, que esses autores e mentores intelectuais sejam identificados e punidos”, disse o ministro na entrevista.

Mensagens obtidas pela Polícia Federal revelam que o grupo de “kids pretos” chegou a se posicionar em pontos estratégicos de Brasília em uma “ação clandestina” para derrubar o Estado democrático em 2022. O alvo seria o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os detalhes constam na representação que embasou a operação Contragolpe, deflagrada nesta quinta-feira (17), e que resultou na prisão de quatro militares do Exército e um policial federal. As ordens de prisão foram emitidas por Moraes, relator do inquérito que apura as tentativas de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Entre os presos pela PF estão o general da reserva Mário Fernandes e os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra Azevedo e Rafael Martins de Oliveira. Todos eles faziam parte das forças especiais do Exército, conhecidas como “kids pretos”, e foram localizados no Rio de Janeiro.

Rafael Martins de Oliveira, Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Mario Fernandes, os “kids pretos” presos pela Polícia Federal. Foto: Reprodução

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Adicionar aos favoritos o Link permanente.