Direcional (DIRR3): ações sobem 44% em 2024 – para o Itaú BBA, o rali não acabou

Apesar da resistência de alguns investidores em relação à Direcional (DIRR3) — que acumula alta superior a 44% no ano e é a ação mais concentrada entre as construtoras —, o Itaú BBA reiterou a recomendação de compra e manteve o preço-alvo em R$ 36.

Para os analistas, o rali não acabou e a avaliação atrativa de 6 vezes Preço/Lucro (P/L), o sólido potencial de dividendos e a menor exposição à inflação ainda fornecem o melhor equilíbrio risco-recompensa do setor.

Na semana passada, o banco participou de um encontro com Paulo Sousa e André Damião, CFO e Coordenador de RI da Direcional, respectivamente.

O CFO destacou que as vendas estão fortes para todos os produtos do portfólio da empresa, do Riva aos projetos mais econômicos da marca Direcional. As vendas líquidas superaram as expectativas em outubro, atingindo quase R$ 500 milhões.

Paulo acredita que a velocidade de vendas deve aumentar nos próximos trimestres, pois os novos projetos estão vendendo a uma velocidade mais próxima de 30% (comparado a ~25% nos números consolidados do 3T24).

Em relação aos preços, essa não tem sido a prioridade, mas o CFO vê espaço para ajustes, se necessário, especialmente considerando que muitos estados estão fornecendo incentivos complementares ao programa MCMV (Minha Casa, Minha Vida).

Já os custos são sua principal preocupação hoje, mas o CFO observou que a empresa está indo bem nessa frente. A cesta de custos da Direcional está avançando em um ritmo mais lento do que o índice INCC, dada a diferença no peso atribuído aos custos da força de trabalho (a mão de obra é 40% do INCC e 25% para a cesta de custos da DIRR).

Em um cenário mais pessimista, segundo relatório, a Direcional estaria disposta a trocar a velocidade de vendas por preços.

Com relação ao banco de terrenos, a empresa enfrenta uma concorrência cada vez maior da Lavvi (LAVV3), Vivaz (Cyrela – CYRE3) e Tenda (TEND3). Paulo acredita que a concorrência continuará aumentando, já que os retornos do setor são excepcionalmente altos, e que a concorrência virá de players de médio a grande porte. “Os menores ainda estão lidando com o perigo deixado pelos tempos de pandemia”, diz o documento.

De acordo com o CFO, mesmo que a inflação aumente para 6% ou 7% (INCC atingiu 5,7% em outubro), as margens brutas provavelmente continuarão a aumentar nos próximos dois trimestres. O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) dos últimos lançamentos foi de 35% a 40%, muito acima da marca consolidada de 29% no 3T24.

Em termos de dividendos, o BBA espera que o fluxo de caixa operacional da Direcional melhore à medida que a lacuna entre receitas líquidas e lançamentos/vendas diminui em 2025.

Enquanto isso, o CFO mencionou planos para vender R$ 400 a 500 milhões em recebíveis por ano e estabilizar o passivo pendente em R$ 1,1 bilhão, fornecendo recursos adicionais para pagar dividendos. Além disso, Paulo indicou que a Direcional poderia potencialmente atingir um pagamento próximo a 100% em 2024 e 2025, resultando em um dividend yield acumulado de 20%.

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