MPMG pede suspensão de veiculação de ‘protocolo de limpeza do fígado’ em sites e redes sociais

MPMG pede suspensão de veiculação de 'protocolo de limpeza do fígado' em sites e redes sociais

Uma ação civil pública, proposta pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), pede a suspensão da veiculação de conteúdos em sites, redes sociais e comunidades do WhatsApp de homem acusado de ser falso médico, proprietário da DWL Brasil – Produtos Naturais Ltda. Em contato com a Tribuna, a empresa negou as acusações (confira a nota na final da reportagem).

Segundo o MPMG, o homem se apresenta como doutor em Medicina Integrativa, mas, na verdade, não possuiria formação nem registro profissional. Além disso, oferece em sites e redes sociais consultas nas quais dá orientações sobre protocolo de limpeza do fígado, que, segundo ele, teria o poder de curar diversas doenças.

“O protocolo indicado pelo falso médico consiste na ingestão de vinagre de maçã, água, sal amargo, suco de laranja, suco de limão e azeite de oliva puro, além da prática de jejum. Segundo ele, o “segredo” seria tomar o líquido indicado e se “deitar com o fígado para baixo”, para que o azeite não vá para o tubo digestivo. Além disso, comercializa produtos como o Kit Limpeza Hepática, Fi.Lim e Biotic Plus, supostos suplementos alimentares que prometem potencializar a limpeza do fígado”, relata o Ministério Público.

O suposto falso médico, de acordo com o MPMG, atua em redes sociais como Facebook, Instagram e YouTube, nas quais possui milhares de seguidores e promove o suposto sucesso de seu protocolo, anunciando a existência de diversos grupos de mensagens no WhatsApp. As ações abrangem os estados de Minas Gerais, Bahia, Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Mato Grosso e Paraná, além da cidade de Lisboa, em Portugal.

“O parecer da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que a veiculação da publicidade pelo réu, ao ressaltar as propriedades terapêuticas dos produtos, era irregular e danosa. Já o parecer técnico-médico juntado ao inquérito afirmou que o protocolo indicado pelo falso médico representa risco à saúde dos usuários, podendo, por exemplo, retardar ou interferir no tratamento de doenças graves ou levar a uma hipoglicemia severa, com risco de morte.”

A ação do MP requer a concessão de liminar para suspender todos os conteúdos veiculados em sites, redes sociais e comunidades do WhatsApp do acusado e para determinar a indisponibilidade de ativos financeiros, veículos e imóveis em nome dele. Pede ainda que, ao final, o réu seja condenado ao pagamento de danos morais coletivos, a ser fixado em montante não inferior a R$ 500 mil.

Confira a nota da DWL Brasil na íntegra

“Informamos que a DWL Brasil e seu sócio, Walter Lopes, ainda não foram intimados da suposta ação civil pública e que, de antemão, esclarecemos que seu proprietário nunca se passou por médico, mas que seus títulos e curriculum estão a disposição em seu blog e que, inclusive, sempre combateu e procurou esclarecer os rumores de que seria médico, visto que fala e faz palestras sobre saúde integrativa.

Informa ainda que o referido “protocolo da limpeza hepática” é uma dieta mundialmente conhecida, que faz uso de produtos simples e comercializados livremente em qualquer mercado, cuja difusão se deu sobretudo pela publicação do livro “Limpeza do Fígado e da Vesícula” (1998), do escritor alemão Andreas Moritz e publicado no Brasil pela editora Madras.

Por fim, que todos os produtos comercializados pela DWL Brasil são suplementos alimentares devidamente notificados junto à Anvisa, que a empresa busca realizar sua publicidade de forma clara e em atendimento às mais restritas normas brasileiras.”

*sob supervisão da editora Fabíola Costa

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