“Bolsonaro sabia da trama golpista”, diz diretor da PF

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP

Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, afirmou que existem provas de que o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia do plano de golpe de Estado. Ele aponta que o relatório final da corporação, que tem mais de 800 páginas, é completo, meticuloso e detalhado.

“Todos os elementos de prova indicam que sim. Está lá. O colega relatou. Não sou eu que estou dizendo isso. Eu não relato inquérito. Está lá: ‘Sim, o ex-presidente sabia da trama golpista’”, afirmou Rodrigues em conversa com jornalistas nesta quarta (4).

Ele cita depoimentos de militares, trocas de mensagens obtidas pela PF e a impressão do plano golpista no Palácio do Planalto como “elementos” que comprovam sua participação. “É uma investigação muito responsável. Não é voz da minha cabeça. Está lá, está documentado. Tudo o que o que está posto ali tem sustentação fática”, prossegue.

O ex-presidente vem negando conhecimento e participação no plano golpista, mesmo sendo um dos 37 indiciados pela Polícia Federal. A corporação atribuiu a eles os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

O diretor-geral da Polícia Federal. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A defesa do ex-presidente também tem tentado culpar os militares envolvidos na trama para livrar Bolsonaro. Seus advogados alegam que os membros do Exército seriam os principais beneficiados pela ruptura institucional e insistem numa tese de “golpe do golpe”.

Rodrigues diz que não tem informações sobre pedidos de delação por parte dos presos na operação Contragolpe e que o alvo dos golpistas chamado de “Juca” ainda não foi identificado por investigadores.

O diretor da corporação ainda falou sobre outros inquéritos e disse que cinco bolsonaristas condenados por envolvimento no ataque de 8 de janeiro de 2023 em Brasília estão presos na Argentina e aguardam para serem extraditados. Outros 59 foram alvos de mandados de prisão da Justiça do país.

Rodrigues ainda aponta que as apuração sobre a “Abin paralela” e o uso da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para interferir nas eleições de 2022 estão em fase final.

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