O famoso 1% ao mês voltou: como fazer boas escolhas de renda fixa com Selic a 12,25%

Os ativos de renda fixa ganharam atratividade após a decisão do Copom de subir os juros básicos, a Selic, para 12,25% ao ano nesta quarta-feira (11). Investir, porém, exige estratégia e capacidade de tomar decisões. A escolha de papéis para a carteira de investimentos nunca deve ser aleatória.

Leia também: Selic em 12,25%: Como ficam os investimentos em renda fixa, ações, FIIs e no exterior

Especialistas em renda fixa lembram que mesmo títulos públicos carregam riscos que não cabem no portfólio de todos os perfis de investidores. O momento é de diligência na escolha de títulos públicos e – principalmente – privados. 

O InfoMoney consultou quem entende do assunto e conta o que você precisa saber para fazer boas escolhas de investimento em renda fixa no momento em que os juros voltam a render 1% ao mês.

Tesouro Direto

Nos títulos da renda fixa pública, destacam-se, de cara, os pós-fixados. O Tesouro Selic passa a render mais já nesta quinta-feira – 0,97% ao mês, bem próximo do sonhado 1% mensal – e é recomendado pela XP “principalmente para reserva de emergência ou liquidez, já que rende a uma taxa significativa”, segundo Camilla Dolle, head de renda fixa da XP.

Para ela, porém, é preciso considerar que este é um investimento conservador e há outra opção vantajosa. A primeira escolha da XP é o Tesouro IPCA+, “que tem retorno real acima de 7%, é bom para levar até o vencimento e protege contra a inflação”, destaca a especialista do banco. 

Leia também: Quanto rendem R$ 10 mil em CDB, Tesouro Direto, LCA e poupança com Selic a 12,25%

Eles também são recomendados para quem aposta na queda dos juros no médio prazo e quer lucrar com a saída antecipada desses papéis, segundo Sharon Halpern, sócia da Blackbird Investimentos.

Se algum investidor ainda evita investir em uma taxa vista em 5% dos dias úteis nos últimos 14 anos por medo de nova abertura do juro real, Dolle recomenda “evitar a tentativa de encontrar o ponto ótimo de entrada no papel, que nem os mais experientes têm certeza de quando é” e lembra que a alocação depende da estratégia de cada um. 

Nesse sentido, Halpern pondera que “quem tem muita inflação na carteira provavelmente ficará abaixo do CDI no ano que vem”, o que justificaria, nesse caso, aumentar a participação de pós-fixados. 

Leia também: Como investir no Brasil em 2025? Olhando para o futuro, recomenda a XP 

Já os prefixados ainda são vistos com desconfiança, mesmo com taxas que superam com tranquilidade o 1% ao mês. “São os títulos que mais devem oscilar, já que estamos em um momento de incerteza fiscal e ainda esperamos a posse de Trump nos Estados Unidos, que deve trazer mais clareza sobre seu plano de governo”, lembra a head de renda fixa da XP. Para minimizar os riscos do Tesouro Prefixado, as especialistas recomendam vencimentos curtos. 

Crédito privado 

Quem quer ir além do 1% ao mês do Tesouro Selic investindo em pós-fixados pode procurar debêntures, CRIs e CRAs, mas precisará escolher bem os papéis que compra. Isso porque os agentes do mercado vêm destacando os prêmios baixos do crédito privado recentemente, algo que não deve mudar em 2025. 

É preciso considerar, também, que as projeções para os juros básicos apontavam para baixo no início deste ano, o que incentivou empresas a tomarem crédito no mercado de capitais. Porém, 2025 já começa com a Selic em 12,25% e subindo, o que automaticamente encarece as dívidas: “havia uma expectativa de alívio que não se cumpriu”, diz Jefferson Honório, sócio da Brio Investimentos, que projeta empresas atravessando um cenário desafiador neste ciclo de alta de juros. 

Leia também: Três grandes fatores macroeconômicos devem afetar investidores em 2025; como navegá-los?

É essa junção de spreads amassados com dívidas mais caras que evidencia a necessidade das boas escolhas no crédito privado, uma missão que, embora difícil, não é impossível, segundo Sophia Annicchino, gerente institucional da Bloxs. Para ela, é hora de “ser arrojado com cautela”. Ela recomenda a estratégia de comprar papéis de médio porte posicionadas em setores considerados defensivos, como energia e saneamento. 

“Um bom projeto não vem, necessariamente, de uma empresa grande e já consolidada, pode vir de companhias de faturamento médio com boas operações”, diz Annicchino. A gerente da Bloxs recomenda “apego aos fundamentos”, o que significa analisar friamente os números que a companhia entrega para concluir se a empresa tem capacidade de pagar a dívida que está tomando. 

A exposição a empresas sem o selo AAA das agências de classificação de risco, porém, deve ser feita com cautela: “não recomendamos a busca por remuneração maior sem considerar os riscos”, alerta Dolle. 

A especialista em renda fixa da XP conclui dizendo que 2025 “é um ano de oportunidades na renda fixa, mas com cautela e seletividade” e volta a alertar: “não tem motivos para se arriscar mais do que o necessário, além do que nosso apetite aguenta, em um ambiente de taxas tão elevadas”. 

The post O famoso 1% ao mês voltou: como fazer boas escolhas de renda fixa com Selic a 12,25% appeared first on InfoMoney.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.