Reação ao Copom, varejo no Brasil, inflação nos EUA e BCE: os destaques desta 5ª

O mercado deve repercutir, nesta quinta-feira (12), a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em seu último encontro de 2024, de elevar a taxa básica, a Selic, em 1 ponto percentual, de 11,25% para 12,25% ao ano. A decisão foi unânime. No comunicado, o colegiado do BC antecipou mais dois aumentos de mesma intensidade nas próximas reuniões, de janeiro e março, elevando a taxa para 14,25% ao ano. A decisão marcou a despedida de Roberto Campos Neto do comando do colegiado do BC. A partir de janeiro de 2025, o posto será ocupado por Gabriel Galípolo, nome de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Hoje, o mercado aguarda a divulgação de importantes indicadores econômicos tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Às 9h, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga os dados de Vendas no Varejo referentes a outubro, dados que ajudam a avaliar a saúde do consumo interno no Brasil. Nos EUA, às 10h30, serão divulgados os Pedidos por Seguro-Desemprego semanal e o Índice de Preços ao Produtor (PPI) de novembro, que ajudam a medir a dinâmica do mercado de trabalho e a inflação, influenciando as expectativas sobre futuras políticas monetárias tanto no Brasil quanto no exterior.

O que vai mexer com o mercado nesta quinta

Agenda

O presidente do BC e o diretor de Política Monetária, Gabriel Galipolo, tem reunião com grupo de Embaixadores​, no Edifício-Sede do Banco Central, em Brasília. (fechado à imprensa)

Brasil

9h – Vendas no Varejo (outubro)

EUA

10h30 – Pedidos por Seguro-Desemprego (semanal)
10h30 – PPI (novembro)

Zona do Euro

10h15 – Decisão da Taxa de Juros (dezembro)

Internacional

Antes de Trump chegar

O presidente dos EUA, Joe Biden, está pressionando agências de segurança para desenvolver novas estratégias para lidar com as complexas relações entre Rússia, Irã, Coreia do Norte e China. Em um memorando, Biden destacou que a Rússia fornece apoio militar à Coreia do Norte, em troca da ajuda do Irã na guerra na Ucrânia. O documento orienta a reestruturação de grupos governamentais focados nessas questões, com o objetivo de coordenar sanções e controles de exportação. As estratégias podem ser aceitas ou rejeitadas pela administração Trump, que assume em 20 de janeiro. Autoridades destacaram a necessidade de novas opções para lidar com crises simultâneas envolvendo esses países, apesar dos limites para a cooperação, como visto no fracasso de Rússia e Irã em apoiar Assad na Síria.

Quando Trump chegar

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja assinar mais de 25 ordens executivas e diretivas em seu primeiro dia de mandato, em 20 de janeiro, buscando reformular drasticamente a abordagem do governo em questões como imigração e energia. Fontes afirmam que Trump deseja fazer um “grande barulho” com suas ordens do primeiro dia, utilizando seu poder executivo em uma escala maior e mais rápida do que durante seu primeiro mandato.

Embora apenas algumas ordens tenham sido emitidas no início de sua presidência anterior, Trump em 2017 a 2021, Joe Biden emitiu 17 ordens em seu primeiro dia em 2021. As ordens podem enfrentar contestações judiciais e exigem aprovação orçamentária do Congresso para implementação.

Economia

Alta de 1 ponto do Copom foi surpresa

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira que a decisão do Comitê de Política Monetária de elevar a taxa Selic em 1,00 ponto percentual, a 12,25% ao ano, o surpreendeu, de certa forma, mas admitiu que havia uma precificação nos mercados.

“Foi (uma surpresa) por um lado, mas tinha uma precificação nesse sentido”, Haddad disse, em entrevista a jornalistas na saída da Fazenda pouco depois do anúncio do Copom, mas não falou sobre o conteúdo do comunicado, afirmando que não comenta a decisão antes de ver a ata da reunião.

BC leiloará US$ 4 bi de reservas internacionais

Além de elevar os juros básicos em 1 ponto percentual, o Banco Central (BC) intervirá no câmbio pela primeira vez em quase um mês para segurar a alta do dólar. A autoridade monetária leiloará nesta quinta-feira (12) até US$ 4 bilhões das reservas internacionais com compromisso de recompra, quando o dinheiro é comprado de volta às reservas meses mais tarde.

Regulamentação da tributária

O texto-base da regulamentação da reforma tributária (PLP 68/2024) foi aprovado na noite de quarta-feira (11) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Os destaques são debatidos na sequência pelos senadores. O relator do projeto, Eduardo Braga (MDB-AM), acolheu mais de 600 das 2.165 emendas apresentadas pelos senadores.

Com a aprovação, o projeto de lei complementar seguirá para o plenário. O tema está previsto para ser votado nesta quinta-feira (12).

Fluxo cambial

Até o dia 6 de dezembro, o Brasil registrou um fluxo cambial total negativo de 2,64 bilhões de dólares, influenciado principalmente pelo canal financeiro, segundo informações divulgadas pelo Banco Central nesta quarta-feira. Os dados mais recentes são preliminares e fazem parte das estatísticas de câmbio contratado. Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de 3,254 bilhões de dólares em dezembro até o momento, refletindo operações como investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros. Por outro lado, o canal comercial apresentou um saldo positivo de 612 milhões de dólares em dezembro até o momento. No acumulado do ano até 6 de dezembro, o Brasil registra um fluxo cambial total positivo de 5,859 bilhões de dólares.

Nova Bolsa de Valores brasileira

A Base Exchange, nova bolsa de valores no Rio de Janeiro, começará seus testes em 2025, controlada pelo Mubadala de Abu Dhabi. Inicialmente, negociará ações, fundos imobiliários e ETFs, com planos de expansão para futuros e derivativos. A B3, sediada em São Paulo, vê o lançamento como uma forma de competição, mas alerta para impactos em liquidez e custos de transação. O prefeito do Rio sancionou redução de impostos, apoiando a iniciativa. Apesar do apoio, analistas discutem a viabilidade de duas bolsas diante do cenário econômico desafiador, com foco em juros elevados e desafios fiscais.

Política

Nova cirurgia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será submetido a um procedimento endovascular nesta quinta-feira (12) como complemento da cirurgia para drenar um hematoma no crânio realizada nesta semana. O objetivo é reduzir o risco de novos sangramentos. O médico pessoal de Lula, Roberto Kalil Filho, explicou que o procedimento envolve a embolização da artéria meníngea, considerada de baixo risco. Lula segue bem, realizou fisioterapia e recebeu visitas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os médicos devem oferecer atualizações sobre seu estado em coletiva de imprensa na quinta-feira, enquanto o governo enfrenta uma agenda legislativa no Congresso.

Corrida contra o tempo

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou nesta quarta-feira que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está acelerando o processo para liberar o pagamento de emendas parlamentares, um dos principais desafios enfrentados pelo Executivo nas últimas semanas deste ano.

Indiciamento

A Polícia Federal (PF) indiciou ontem mais três investigados no inquérito que apura a formatação de um plano de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os novos indiciados são Aparecido Andrade Portela, Reginaldo Vieira de Abreu e Rodrigo Bezerra de Azevedo, envolvidos em atividades relacionadas ao planejamento e monitoramento do golpe. Com isso, o inquérito conta agora com 40 indiciados, incluindo figuras como Bolsonaro e os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno.

Atuação da polícia

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, encaminhou nesta quarta-feira (11) o texto de um decreto que propõe regras sobre o uso da força por policiais de todo o Brasil. Essa é a primeira etapa para a regulação da atuação das polícias no território nacional. O decreto será analisado pela Casa Civil, comandada por Rui Costa (PT), antes de seguir para a assinatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ainda não há uma data definida para que isso aconteça.

Corporativo

Petrobras (PETR4)

A Petrobras (PETR4) assinou um contrato de 800 milhões de dólares com a fornecedora do setor de petróleo SLB para serviços integrados em todos os campos offshore operados pela petroleira estatal no Brasil, informou a SLB nesta quarta-feira. A SLB supervisionará a construção de mais de 100 poços em águas profundas, como parte dos planos da Petrobras para revitalizar campos já produtivos e explorar novas áreas. O contrato de três anos, com início previsto para abril, permitirá que a empresa forneça serviços nas bacias de Campos, Santos e Espírito Santo, além de operações na Margem Equatorial do Brasil, caso a Petrobras obtenha as licenças necessárias durante o período do contrato.

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