Filme ‘Solilóquio’ conta a história do grande tufão que abalou a Praia de Camboriú há 103 anos

O filme ‘Solilóquio’ inspirado na obra literária de Isaque de Borba Corrêa, que apresenta a história da maior tragédia natural ocorrida em Balneário Camboriú e uma das maiores de Santa Catarina, matando sete pessoas, estréia na quinta-feira (19), às 19h, na Câmara Municipal de Balneário Camboriú.

Segundo Isaque, o filme é emocionante e resgata uma história que aconteceu na praia, vista através dos olhos de Manoel Germano Corrêa, e contada na sua voz. 

Manoel Germano foi uma das poucas vítimas que se salvou desse fenômeno meteorológico arrasador. Ele é avô do autor e relata com linguagem autêntica e sotaque característico do litoral catarinense, os detalhes de tudo o que aconteceu no dia 21 de outubro de 1921 nesta cidade.

(Foto Davi Cinegrafista)

O termo ‘solilóquio’, originário do latim soliloquium, refere-se a um discurso que uma pessoa faz para si mesma, expressando seus pensamentos mais íntimos. O mesmo que falar sozinho. Tem esse nome porque o narrador Manoel Germano, no contexto do filme, representa a narração introspectiva e pessoal do que viu.

O ponto alto do filme é a reconstituição de uma tragédia que abalou a comunidade pesqueira local: um tufão devastador que ceifou vidas e marcou para sempre a história de Camboriú. 

Manoel Germano compartilha seu testemunho ocular, originalmente registrado pelo jornal “O Intransigente” com a manchete “Um grande tufão – a pescaria da morte – 5 homens victimas do dever”.

O tufão matou pescadores da Barra e do Canto da Praia de Camboriú.

Da esquerda para direita: Eduardo Ferreira, que fez o papel do menino Simas, Isaque Corrêa, Laércio Demétrio no papel de José Nicolau Pacheco e William Corrêa Gonçalves que interpretou Manoel Germano Corrêa quando era jovem em 1921 (Foto Davi Cinegrafista)

Inovação tecnológica a serviço da arte

A produção se destaca pelo uso inovador da inteligência artificial em sua produção:

  • Voz Reconstruída: A voz de Manoel Germano foi reconstituída através de IA, preservando o sotaque e a linguagem singela típicos de um pescador catarinense do início do século XX.
  • Cenas de Impacto: As sequências mais difíceis, como o auge do tufão, foram construídas com o auxílio de IA, possibilitando a representação realista de eventos impossíveis de serem simulados na atual Balneário Camboriú.
  • Autenticidade Preservada: Para as cenas mais cotidianas, o filme contou com a participação de pescadores nativos como atores, garantindo a veracidade da representação.

Financiamento&Estreia

O projeto foi viabilizado através da Lei de Incentivo Cultural Paulo Gustavo, reafirmando o compromisso com a produção cultural nacional.

“Não se trata apenas de um filme, mas um testemunho vivo da resiliência e da história do povo catarinense. É um convite para uma viagem no tempo, onde passado e presente se encontram através da magia do cinema e da inovação tecnológica. Não perca esta oportunidade única de vivenciar um pedaço da história de Santa Catarina através dos olhos de quem a viveu intensamente”, convidou Isaque.

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