A ‘farra verde oliva’ no DER: Militar aliado de Tarcísio torra R$ 401 milhões sem licitação

O coronel Sergio Codelo, que lidera o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) de São Paulo – Foto: Reprodução

O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) de São Paulo, liderado pelo coronel Sergio Codelo, ampliou significativamente os contratos sem licitação desde 2023.

Codelo, militar de confiança do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), assinou 16 acordos desse tipo, totalizando R$ 401 milhões para a operação de Unidades Básicas de Atendimento (UBAs) em rodovias estaduais.

As UBAs oferecem suporte a motoristas, como resgate com guinchos, nas rodovias não privatizadas. A justificativa para os contratos diretos é a falta de servidores próprios do DER para realizar esses serviços. Contudo, empresas envolvidas possuem histórico de investigações por irregularidades, levantando questionamentos sobre a transparência dessas contratações.

Codelo, que já foi superintendente regional do Dnit durante o governo Bolsonaro, afirma que a necessidade de contratações emergenciais foi motivada por suspensões de licitações devido a questionamentos do Tribunal de Contas do Estado (TCE). “É o melhor dos mundos? Não. Mas não posso deixar de atender à população”, declarou em entrevista.

Entre as contratadas, a Planservi Engenharia figura com seis contratos no valor de R$ 40,6 milhões, apesar de ter sido citada anteriormente por pagamentos irregulares em obras rodoviárias. Outras empresas, como a Ensin e a Engespro, também apresentam histórico de investigações, reforçando as críticas à gestão.

A prática de contratos diretos não é inédita no DER. Entre 2021 e 2022, na gestão de Rodrigo Garcia, foram assinados 110 contratos sem licitação, totalizando R$ 516 milhões, principalmente para obras emergenciais. Sob Codelo, o valor de obras desse tipo caiu para R$ 283 milhões, mas o total de contratações diretas subiu para R$ 907 milhões.

O que o militar aliado de Tarcísio conseguiu manter o esquema que cevou tucanos durante décadas.

Para justificar os contratos emergenciais, Codelo ressaltou que segue critérios de cotação de preços e que a proposta mais barata deve ser aceita, independentemente do histórico da empresa. “Não posso excluir ninguém. Minha obrigação é manter a isenção”, afirmou.

A Planservi não comentou o caso, enquanto a Ensin afirmou que pauta suas atividades por valores éticos. A Engespro destacou que atua regularmente no DER e que seus colaboradores não respondem a processos criminais. Apesar das explicações, as contratações levantam dúvidas sobre o equilíbrio entre eficiência e transparência.

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) – Foto: Marcelo S. Camargo/Governo de S. Paulo

O governador Tarcísio de Freitas e seus aliados defendem que Codelo foi nomeado para garantir a integridade do DER em meio a suspeitas anteriores de direcionamento em licitações.

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