Eletrobras: últimos desdobramentos indicam uma futura grande pagadora de dividendos?

Em meio a desenvolvimentos positivos em relação ao potencial acordo entre a Eletrobras (ELET3) e o governo federal sobre a disputa de direitos de voto, com uma forte probabilidade de ambas as partes chegarem a um acordo no curto prazo, analistas de mercado tem destacado que a ex-estatal provavelmente se tornará uma das melhores pagadoras de dividendos do setor antes do esperado.

Com o pagamento antecipado de fundos da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) fora das negociações, a Eletrobras pode distribuir dividendos mais altos e/ou antecipar o pagamento de dívidas onerosas, especialmente devido à sua robusta posição de caixa, que está próxima de R$ 30 bilhões.

Se a expectativa de dividendos do Itaú BBA for confirmada, o banco prevê uma reclassificação significativa para as ações da Eletrobras, especialmente porque as pagadoras de dividendos normalmente negociam a uma taxa interna de retorno (TIR) ​​implícita abaixo de 10%, enquanto a Eletrobras está atualmente negociando a 14,8% de TIR.

Com baixa alavancagem (1,7 vez o Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, no 3T24) e um rendimento de fluxo de caixa livre positivo projetado, a Eletrobras está posicionada para atingir um rendimento de dividendos acima de 9% a partir de 2026, assumindo um pagamento de 100%.

O Itaú BBA ainda prevê que a Eletrobras Holding/veículo Furnas tem espaço para pagar quase zero imposto de renda por muitos anos à frente, devido a: i) deduções relacionadas ao empréstimo compulsório e outros pagamentos de contingência nos próximos anos (estamos assumindo um desembolso total de caixa de aproximadamente R$ 3,8 bilhões por ano até 2030); ii) potencial para pagar JCP uma vez que os pagamentos compulsórios sejam concluídos, reduzindo também a renda tributável; e iii) uso de créditos fiscais de perdas fiscais acumuladas.

Por fim, o Itaú BBA reduziu o preço-alvo de R$ 59,60 para R$ 54,9 no final de 2025, mas reiterou recomendação de compra, devido a perspectiva macroeconômica mais difícil, incluindo um aumento em no custo de capital para 9% (acima de 8%), valor zero atribuído à Eletronuclear (anteriormente avaliada em R$ 2,5/ação) e uma abordagem diferente para créditos fiscais/pagamentos de juros sobre capital próprio (JCP).

O BTG Pactual também vê espaço para a Eletrobras distribuir dividendos robustos aos acionistas, tendo em vista que o pagamento antecipado do CDE ficou para trás e não existem grandes investimentos a serem realizados pela companhia.

Com sua escala, acesso aos mercados de capitais e maturidade dos ativos, o banco disse ser muito difícil acreditar que a empresa encontrará várias oportunidades grandes (atraentes) de alocação de capital e evitará o pagamento de dividendos elevados.

Nesse contexto, o BTG espera que a empresa gere cerca de R$ 7 bilhões em caixa em 2025. Este ano, sua geração de caixa também foi decente. Com a tendência de queda da alavancagem, o banco acredita que um dividendo de R$ 6 a 8 bilhões se encaixaria no balanço patrimonial da empresa, sem prejudicar seus compromissos de capex e alavancagem. Se a empresa optar por seguir esse caminho, analistas avaliam que ela entrará em uma nova fase, muito melhor. O BTG reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 59.

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