Folha publica editorial com miríade de palavras do século 19. Por Moisés Mendes

Editorial publicado pela Folha de S.Paulo no domingo (22). Foto: Reprodução

Abaixo, dois trechos do editorial de hoje da Folha, largando foguetes ao anunciar que a Argentina está saindo da recessão, o que é uma mentira e uma grosseria com seus leitores. Diz a Folha:

“Contudo o recuo das despesas nacionais levado a cabo pelo governo recaiu com peso plúmbeo sobre a população, principalmente nos estratos mais vulneráveis”.

“Uma necessária reforma tributária está no horizonte de 2025, assim como a postergada unificação da miríade de taxas cambiais e o início do discutível processo de dolarização da economia”.

É como se Gustavo Corção e Olavo de Carvalho tivessem escrito e psicografado o editorial. Não necessariamente pelo conteúdo, mas pelo estilo.

É uma linguagem não necessariamente de quem possa ser idoso, mas de quem tem cabeça gasta e velha. Não é o editorialista que é velho, são velhas a sua cabeça e a sua linguagem.

Mas quem não desejou escrever algo um dia com essas expressões do jornalismo do século 19? Levado a cabo, peso plúmbeo e miríade de taxas cambiais.

Eu gosto de miríade, mas gosto mais do peso plúmbeo. Quem sabe o que isso significa ganha um panetone sem uva passa.

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DECADENTE

O Fantástico ofereceu no domingo mais duas provas da decadência da Globo, no entretenimento e no jornalismo.

No entretenimento, repetiu a ideia cansativa dos presentes, que celebridades trocam entre si, sem qualquer sentido, nem mesmo simbólico.

São bobagens que uns mandam para os outros. É o que contribui para o que chamam de cérebro apodrecido com informações inúteis, mas não da internet, da TV mesmo.

A outra prova de decadência foi a cobertura da tragédia em Gramado, com 10 mortes na queda de um avião.

Esperei até o fim para não ver nada, não saber de nada, não ter nenhuma informação que não tenha lido ou ouvido durante o dia.

Destroços do avião que caiu em Gramado (RS). Foto: RBS TV/Reprodução

Não ouviram pessoas do aeroclube, do entorno do empresário que pilotava do avião e nenhuma autoridade. Não ajudaram a entender o que aconteceu.

Deram o que todo mundo já tinha dado, sem suporte de um mutirão da RBS TV à cobertura, o que é padrão nesse tipo de trabalho.

A Globo evitou uma cobertura menos frouxa porque o piloto era um milionário? Evitou expor o empresário morto como provável responsável pela tragédia?

Por que tratar com desleixo um acidente em que morrem 10 pessoas da mesma família, incluindo duas crianças? Muito estranho.

Publicado originalmente no “Blog do Moisés Mendes”

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