Apreensões da PF por crimes ambientais passam de R$ 1 bilhão e já são 1/3 do total retido

BMW i8 2019, estimada em aproximadamente R$ 711 mil, apreendida pela PF na operação Cobiça – Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) divulgou que bens confiscados em operações contra crimes ambientais já representam um terço do total apreendido pela instituição neste ano. Entre janeiro e outubro, o montante alcançou R$ 3,1 bilhões, sendo R$ 1,15 bilhão proveniente de ações relacionadas à exploração ilegal na Amazônia. Esse valor está próximo do registrado em investigações sobre tráfico de drogas, que somaram R$ 1,17 bilhão.

Entre os bens recuperados estão carros de luxo, joias, helicópteros, embarcações e imóveis. Esses itens foram confiscados de envolvidos em atividades como garimpo ilegal, extração de madeira, caça e pesca predatória. Segundo Humberto Freire de Barros, diretor da Amazônia e Meio Ambiente da PF, “o crime organizado entrou fortemente nos crimes ambientais, tendo em vista as penas baixas e os lucros altos”.

O aumento nas apreensões de bens ligados a crimes ambientais contribuiu para um crescimento de 25% no total de itens recuperados pela corporação em relação ao ano anterior, que somou R$ 2,4 bilhões.

Segundo Andrei Rodrigues, diretor-geral da instituição, esses bens foram efetivamente retirados do crime organizado e destinados a leilões ou outros fins legais.

Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal – Foto: Reprodução

Operação Cobiça

Recentemente, no Pará, a PF confiscou veículos de luxo, como Porsche Cayenne e BMW X6, além de joias de alto valor, em posse de empresários ligados ao garimpo ilegal. A investigação revelou que os suspeitos pagavam propinas a policiais militares para garantir a segurança e a logística do minério extraído ilegalmente. A Polícia Militar informou que afastou os agentes envolvidos e exonerou oficiais ligados ao caso.

apreendidos durante Operação Cobiça -Foto: Reprodução

A operação, batizada de Cobiça, também resultou no afastamento de 35 policiais. Um juiz federal destacou que os investigados adquiriram veículos de luxo avaliados em mais de R$ 500 mil em um curto período, algo incompatível com os rendimentos declarados.

Além de bens materiais, o crime ambiental movimenta cifras globais expressivas. Segundo o Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), esses crimes geram entre US$ 110 bilhões e US$ 281 bilhões anuais, tornando-se a terceira maior economia ilegal, atrás apenas do tráfico de drogas e armas. O relatório destaca que esses crimes são vistos como “baixo risco e alta recompensa” em muitos países.

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