Apesar de pedir desculpas, Putin culpa drones ucranianos pela queda do Embraer 190

O presidente russo Vladimir Putin pediu desculpas pela queda de um avião Embraer 190 da Azerbaijan Airlines no Cazaquistão na quarta-feira, 25, acidente responsável por matar 38 pessoas e deixar 29 feridos.

A aeronave partiu de Baku, no Azerbaijão, com destino a Grozny, na Rússia, mas foi atingida enquanto tentava pousar em meio a um ataque aéreo.

Investigações preliminares apontam que o sistema de defesa russo Pantsir-S confundiu o avião com drones ucranianos e disparou contra ele.

O caso gerou tensões diplomáticas e expôs falhas no sistema de segurança aérea da Rússia.

 

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O presidente Vladimir Putin pediu desculpas ao presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, pelo ocorrido, reconhecendo que o sistema russo estava ativo no momento e admitindo que o ataque foi um erro.

O presidente Vladimir Putin pediu desculpas pelo incidente trágico ocorrido no espaço aéreo russo e mais uma vez expressou suas profundas e sinceras condolências às famílias das vítimas, além de desejar uma rápida recuperação aos feridos”, disse o Kremlin em comunicado.

Investigação revela interferências e erro militar

As autoridades russas inicialmente atribuíram o acidente a fatores como colisão com pássaros e neblina, mas depois confirmaram a atuação do sistema de defesa aérea.

Segundo fontes da aviação russa, o avião enfrentou interferências de guerra eletrônica próximas a Grozny, que comprometeram o GPS da aeronave.

Imagens divulgadas na sexta-feira, 27, mostram buracos na fuselagem, reforçando a hipótese de ataque por míssil. Testemunhas que estavam no voo relataram ter ouvido explosões antes da queda.

A Azerbaijan Airlines afirmou que o acidente foi causado por “interferência externa e técnica” e suspendeu voos para oito cidades russas por riscos à segurança.

Impacto nas relações diplomáticas

A tragédia envolveu pelo menos quatro países: Rússia, Azerbaijão, Ucrânia e Cazaquistão.

A Ucrânia culpou diretamente a Rússia pelo incidente e criticou a falta de fechamento do espaço aéreo em Grozny, alegando que isso poderia ter evitado as mortes.

Autoridades americanas, por sua vez, afirmaram que sistemas de defesa russos foram responsáveis pela queda.

O governo cazaque, onde a aeronave caiu, prometeu transparência nas investigações.

Nenhum dos países envolvidos está interessado em esconder informações. Todos os dados serão divulgados ao público”, disse Ashimbayev Maulen, chefe do Parlamento do Cazaquistão.

Fala de Putin e versões conflitantes ampliam as tensões

Enquanto a Rússia insiste que o acidente foi causado por um erro em meio ao ataque de drones ucranianos, a Ucrânia argumenta que o avião foi deliberadamente negligenciado pelas autoridades russas.

A investigação conduzida pela Azerbaijan Airlines aponta interferência externa como principal fator, reforçando a tese de erro no sistema Pantsir-S.

Ao todo, 62 passageiros e cinco tripulantes estavam a bordo, entre cidadãos do Azerbaijão, Cazaquistão, Rússia e Quirguistão.

O acidente deixou um saldo de 38 mortos e 29 feridos, muitos em estado grave.

Impacto político e militar

A queda do avião trouxe à tona questionamentos sobre a segurança no espaço aéreo em regiões de conflito e aumentou a pressão internacional sobre a Rússia.

Especialistas avaliam que o incidente demonstra fragilidades no sistema de defesa aéreo russo, projetado para evitar ataques, mas que falhou ao identificar uma aeronave comercial como ameaça.

A crise também acirrou a disputa diplomática entre Rússia e Ucrânia, com o governo ucraniano exigindo uma explicação oficial e responsabilização pelo ocorrido.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a Rússia deveria ter tomado medidas para proteger o voo, como o fechamento do espaço aéreo em Grozny.

Nos Estados Unidos, autoridades consideraram o incidente uma demonstração de descuido operacional.

“As evidências preliminares apontam para um erro do sistema russo de defesa, que confundiu a aeronave com drones ucranianos”, afirmou John Kirby, porta-voz da Casa Branca.

A resposta da Rússia

O Kremlin, através de Dmitry Peskov, porta-voz oficial, declarou que a Rússia aguardará a conclusão das investigações antes de emitir novos posicionamentos.

No entanto, a admissão de culpa feita por Putin em conversa com Aliyev reforça as suspeitas de erro no sistema russo.

A versão inicial apresentada pela Rússia de que o acidente teria sido causado por “neblina” ou “colisão com pássaros” foi rapidamente descartada diante das evidências e das investigações conduzidas pelo Azerbaijão e pelos Estados Unidos.

Leia mais:

  • Queda de avião no Cazaquistão que matou 38 foi causada por interferência externa, aponta investigação

Repercussões na aviação civil

O impacto da tragédia não se limitou ao campo político. A Azerbaijan Airlines suspendeu voos para oito cidades russas, citando riscos à segurança de suas operações.

O setor aéreo enfrenta agora a necessidade de reavaliar rotas que cruzam áreas de tensão, especialmente em zonas de conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia.

Analistas destacam que o incidente pode provocar mudanças na aviação internacional, exigindo maior coordenação entre autoridades civis e militares em zonas de risco.

O acidente também levanta preocupações sobre o uso de sistemas de guerra eletrônica e a falta de protocolos claros para evitar confusões em áreas de conflito.

Próximos passos da investigação

Com investigações ainda em andamento, os governos da Rússia, do Azerbaijão e do Cazaquistão prometeram cooperar para esclarecer as causas do acidente.

Autoridades americanas também ofereceram apoio técnico para a análise dos destroços e sistemas envolvidos.

O caso deve ser acompanhado de perto por organismos internacionais, como a Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO), que podem cobrar maior rigor na fiscalização de zonas de risco e no uso de tecnologia militar próxima a rotas civis.

 

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