Tarcísio e Derrite ameaçam independência da Ouvidoria, diz ex-chefe do órgão

O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite – Foto: Reprodução

O ex-ouvidor das polícias de São Paulo, Cláudio Aparecido da Silva, conhecido como Claudinho, afirmou que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, estão enfraquecendo a Ouvidoria das Polícias ao promoverem mudanças que comprometem sua autonomia. Claudinho encerrou seu mandato em meio a críticas sobre a atuação do governo em temas ligados à segurança pública.

Segundo Claudinho, a criação de uma “ouvidoria paralela” vinculada à Secretaria de Segurança, anunciada por Derrite, ameaça a independência do órgão. “Quando o secretário cria uma ouvidoria por resolução, está emitindo uma mensagem para policiais que atuam fora da regularidade: ‘Você pode praticar sua ilegalidade’”, disse ele durante entrevista ao UOL.

Claudio Aparecido da Silva, ex-ouvidor das Polícias de São Paulo – Foto: Reprodução

O ex-ouvidor destacou que, durante sua gestão, enfrentou dificuldades estruturais, como falta de recursos e condições precárias de trabalho. “O prédio é insalubre, sem internet e sem ar-condicionado. Até pedágio e alimentação em missões na Baixada Santista foram pagos por nossa conta”, relatou.

Ele também afirmou que houve pouco diálogo com as autoridades. Derrite, segundo Claudinho, mostrou interesse em uma aproximação inicial, mas os encontros seguintes não trouxeram resultados. Já com Tarcísio, o ex-ouvidor disse nunca ter tido a oportunidade de tratar diretamente de questões relacionadas à pasta.

Sobre a nova gestão, Claudinho demonstrou ceticismo quanto à atuação de Mauro Caseri, advogado escolhido como seu sucessor. Ele acredita que o perfil mais discreto de Caseri pode comprometer o enfrentamento de casos graves de abuso policial. “Do ponto de vista do perfil, não acredito que vá fazer o trabalho de contraponto que eu faria”, afirmou.

A Operação Escudo, ocorrida em 2023, foi citada como um exemplo das dificuldades enfrentadas. Claudinho relatou que tentou estabelecer diálogos com diferentes órgãos, mas não obteve respostas claras. Ele destacou que várias mortes durante a operação não foram devidamente investigadas ou esclarecidas.

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