Renda fixa, ações, exterior: como montar uma carteira de investimentos em 2025?

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O ano de 2024 foi um verdadeiro teste para os investidores, com turbulências locais e globais moldando o comportamento dos ativos financeiros. No Brasil, a renda fixa se destacou, impulsionada pelos juros altos, enquanto o Ibovespa enfrentou dificuldades e fechou em queda. Lá fora, o cenário foi mais otimista: as ações globais subiram, lideradas pela bolsa americana, que avançou mais de 20% pelo segundo ano consecutivo.

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Agora, com o início de 2025, é hora de reavaliar estratégias e planejar os próximos passos. Especialistas ouvidos pelo Infomoney indicam que a renda fixa local deve seguir atraente, enquanto o Ibovespa pode continuar enfrentando desafios. Já o investimento internacional, especialmente os títulos dolarizados, permanece uma aposta relevante, mas vale olhar além dos nomes populares.

A seguir, veja como organizar sua carteira para aproveitar as oportunidades e minimizar os riscos neste novo ano.

Renda fixa

A classe de renda fixa deve ser manter atrativa em 2025, segundo as casas consultadas pela reportagem. A XP Investimentos aposta tanto em títulos públicos quanto privados. A preferência é por papéis atrelados ao IPCA e os pós-fixados. No caso do crédito privado, segundo Rodrigo Sgavioli, head de alocação da XP, o investidor precisa ter “seletividade bem grande para escolher papéis que a gente chama de high grade ou mid grade, que remunerem a contento”. Além disso, afirma, a diversificação segue sendo extremamente necessária, ainda mais em um contexto de incertezas.

Lucas Carvalho, head de research da Toro Investimentos, diz que a renda fixa, independente do indexador – pós, pré e híbrido – deve continuar com boa performance no próximo ano. “No entanto, é importante considerar a marcação a mercado, especialmente no caso dos títulos públicos federais. O mercado tem enfrentado um nível significativo de estresse recentemente, e as taxas de juros, que já estão muito elevadas, podem subir ainda mais, como temos observado nas últimas semanas”.

As recomendações de alocação em renda fixa variam de 90%, para perfis mais conservadores, a 60% e 50%, para perfis mais moderados e arrojados, nas duas casas.

Ações

A XP está neutra em relação à bolsa brasileira. Segundo a casa, as ações locais podem ser impactadas negativamente por juros altos, cenário macroeconômico desafiador para mercados emergentes após vitória de Donald Trump e revisões de lucro para empresas para baixo. Apesar disso, a casa acredita que a Bolsa está barata, e vale ter alguma exposição entre 5% e 10% da carteira.

“Essa exposição em renda variável, para nós, deve ser conservadora. Ou seja, você pode começar com um fundo de ações, caso seja iniciante. Mas, se for montar uma carteira própria, talvez seja interessante priorizar empresas de setores defensivos, que sejam bons geradores de caixa e que possam se beneficiar de um dólar alto. Damos preferência para boas pagadoras de dividendos”, sugere Sgavioli.

Assim como a XP, a Toro Investimentos também mantém uma visão mais neutro para os papéis locais. A casa sugere algo em torno de 15%. “A bolsa está atrativa e barata, mas é importante ter predileção por empresas com fluxo de caixa mais estáveis, empresas com modalidades competitivas e pagadoras de dividendos”, afirma Carvalho. Duas das apostas da empresa são Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3).

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Fundos multimercados e FIIs

Após meses sofridos, marcados por baixa performance e retiradas, os fundos multimercados conseguiram superar o CDI nos últimos 6 meses de 2024, segundo gestores, podem dar a volta por cima em 2025. De acordo com a equipe de research da XP, esses produtos vão continuar “tendo um papel relevante na diversificação de risco e redução de volatilidade dos portfólios, com potencial aumento de retorno esperado”.

No caso dos fundos imobiliários (FIIs), o ano de 2024 foi desafiador por causa da política monetária. O Ifix, indicador que representa uma carteira teórica com os Fiis mais negociados do mercado, recuou 7% no ano. Apesar do cenário adverso, a Toro Investimentos avalia que os produtos estão com desconto e podem gerar renda mensal para investidor via dividendos. Algumas das sugestões da casa são os FIIs de recebíveis e aqueles com grande exposição ao CDI.

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Internacional

Após forte desempenho em 2024, os investimentos no exterior continuam sendo recomendados por especialistas, principalmente em títulos dolarizados. “A gente acha que os títulos públicos americanos e os bonds estão em níveis atrativos”, diz Sgavioli. Na renda variável, o head de research da XP sugere cautela no excesso de exposição na bolsa americana, principalmente em nomes conhecidos do mercado, “porque estão em níveis muito caros”. A casa vê oportunidades nos setores financeiro e energia, índices menos concentrados em tecnologia e small caps.

Carvalho, da Toro, diz que o S&P 500, de forma geral, está sendo analisado como caro, especialmente em termos de múltiplos. No entanto, enxerga o investimento no índice todo como uma alternativa aos investidores.

“A diversificação mais ampla por meio do S&P 500 parece ser uma estratégia interessante para investidores que buscam maior equilíbrio em sua carteira”, afirma.

Em relatório, a casa também citou três BDRs de empresas estrangeiras para ficar de olho: Amazon (AMZO34), Berkshire Hathaway (BERK34) e JP Morgan Chase (JPMC34).

Alternativos

Para a XP, investimentos alternativos ligados com o mercado de crédito, como FIDCs, “podem exercer menor correlação com os investimentos tradicionais”, mas desde que em posições pequenas. A Toro sugere o ouro. O metal pode valorizar em 2025 por causa do ciclo de cortes de juros nos EUA, que derruba os rendimentos dos títulos governamentais, direcionando parte do capital deles para outros ativos, como a commodity.

Já a BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, aponta como alternativa 1% ou 2% da carteira no Bitcoin (BTC). Qualquer coisa acima disso, segundo a gigante dos investimentos, seria arriscado.

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