Cartunista se demite do Washington Post após censura a charge sobre Bezos e Trump

A cartunista Ann Telnaes. Foto: Reprodução

A cartunista Ann Telnaes se demitiu The Washington Post e acusou o jornal americano de censurar uma charge sobre Jeff Bezoz, proprietário do veículo. Vencedora do Prêmio Pulitzer, ela trabalhava no local desde 2008.

O anúncio da saída do jornal foi feito no sábado (4) em uma publicação em seu blog na plataforma Substack. Ela afirmou que foi impedida de publicar um “trabalho crítico” e responsabilizar “pessoas e instituições poderosas”.

“Decidi deixar o Post. Duvido que minha decisão cause muito rebuliço porque sou apenas uma cartunista. Mas não vou parar de apontar a verdade sobre poderosos por meio dos meus cartuns, porque, como dizem, ‘a democracia morre na escuridão’”, escreveu.

O desenho censurado pelo veículo trazia Bezos, Mark Zuckerberg (dono da Meta) e Sam Altman (CEO da OpenAI) oferecendo sacolas de dinheiro aos pés de uma figura que representa o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

A charge, segundo ela, criticava “os executivos-chefes bilionários de tecnologia e mídia que têm feito de tuo para ganhar os favores de Trump”.

Rascunho da charge de Ann Telnaes censurada pelo The Washington Post. Foto: Reprodução

David Shipley, editor do Washington Post, defendeu a decisão de vetar o desenho e alegou que discorda da “interpretação dos acontecimentos” feita por Telnaes. Ele ainda argumentou que o jornal publicou recentemente um artigo e já programou uma coluna satírica sobre o mesmo tema da charge.

Ela também faz parte do Conselho Consultivo da Freedom Cartoonists Foundation (Fundação de Cartunistas pela Liberdade) e foi integrante da Cartoonists Rights (Direitos dos Cartunistas). Para Telnaes, o Washington Post tem “caído nas graças de um aspirante a autocrata” e a iniciativa mina a liberdade de imprensa.

O Washington Post foi comprado por Bezos em 2013 e nunca houve relatos de interferência editorial, até a reta final das eleições presidenciais nos Estados Unidos, quando o jornal não declarou apoio ao candidato do Partido Democrata pela primeira vez em décadas.

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