Apoio aos golpistas do Capitólio nos EUA é o triplo do apoio ao terrorismo de 08/01 no Brasil

Apoiadores de Donald Trump atacam o Capitólio, em Washington (EUA0. Foto: Leah Millis/Reuters

Quatro anos após o ataque ao Congresso dos EUA em Washington e dois anos após atos terroristas na Praça dos Três Poderes em Brasília, pesquisas mostram queda no repúdio aos golpistas nos dois países. Porém, dados da pesquisa Quaest no Brasil e da pesquisa YouGov nos EUA mostram percentual três vezes maior de apoio aos golpistas nos EUA.

Nos EUA, segundo a pesquisa YouGov, 20% dos norte-americanos apoia a invasão do Capitólio, ocorrida em 06 de janeiro de 2021, pouco antes da posse de Joe Biden como presidente dos EUA. O ato similar brasileiro, acontecido em 08 de janeiro de 2023, uma semana após a posse do terceiro mandato de Lula na presidência no Brasil tem apoio de 7% dos brasileiros.

Um mês depois da invasão ao Congresso em Washington, 9% dos norte-americanos aprovava o ato. Um ano depois, esse percentual era de 14%. Atualmente, esse número é de 20% do eleitorado norte-americano, diz o YouGov.

Desde a posse de Biden, a aprovação aos atos no Capitólio mais do que dobrou: saiu de 9% para 20%. Muito desse aumento está na conta do eleitor republicano. Neste segmento, a desaprovação ao ataque de 06 de janeiro caiu de 51% para 30%. A aprovação subiu de 20% para 30% entre os eleitores do partido republicano.

Também de acordo com o mesmo levantamento, aumentou o percentual dos favoráveis a anistiar os invasores do Capitólio. 59% querem a condenação criminal dos invasores, contra 41% aprovando um eventual perdão por parte do presidente eleito Donald Trump (Rep). Entre os eleitores de Trump, esse número aumenta: 72% defendem a anistia.

Golpistas no ataque de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Foto: Sérgio Lima/AFP

Brasil

O cenário é diferente quando olhamos os números sobre o ataque à Praça dos Três Poderes em 08 de janeiro de 2023. Um mês após o ato bolsonarista em Brasília, 4% apoiavam essa atitude. Um ano depois, esse percentual era de 6%. Hoje, 7% dos brasileiros defendem esse ato terrorista. De modo geral, em todos os intervalos pesquisados, o brasileiro repudiava o terrorismo de duas a três vezes maior do que o eleitor norte-americano.

A visão sobre os ataques, assim como acontece nos EUA, tem um viés partidário. Entre os bolsonaristas, a reprovação atinge 85%. Em fevereiro de 2023, esse percentual era de 90%. No eleitorado lulista, a reprovação aos ataques era quase unânime – 97% em fevereiro de 2023. Hoje, esse patamar é de 88%.

Felipe Nunes, diretor da Quaest, comentou os resultados: “A rejeição aos atos do 8/1 mostra a resistência da democracia brasileira e a responsabilidade da elite política brasileira. Diante de tanta polarização, é salutar o repúdio à violência institucional.”

Jair Bolsonaro é visto como o grande personagem com responsabilidade sobre os ataques de 08 de janeiro na capital federal. Para 50%, o ex-presidente teve influência direta nos atos. Outros 39% não o culpabilizam pelos atos de vandalismo em Brasília contra as sedes dos Três Poderes.

Realizada entre os dias 4 e 9 de dezembro de 2024, a pesquisa Quaest analisou 8.598 entrevistas em todo o Brasil. A margem de erro é de um ponto percentual, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

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