Santos Brasil: após salto de 69% em 2024, JPMorgan não vê novas altas e rebaixa ação

O JPMorgan rebaixou a recomendação para as ações da Santos Brasil (STBP3) de compra para neutro e reduziu o preço-alvo de R$ 17 para R$ 14, uma vez que os papéis devem continuar a ser negociados em linha com os termos da oferta pública de aquisição (OPA), cuja a conclusão está prevista para o segundo trimestre de 2025 (2T25), limitando o potencial de valorização em relação ao preço atual.

Em setembro, gigante francesa do transporte marítimo CMA CGM acertou acordo para comprar a fatia de 48% da Opportunity na Santos Brasil. Após a aprovação da ANTAQ (agência reguladora do transporte aquaviário) em dezembro de 2024, a conclusão da operação agora depende da aprovação do CADE, que provavelmente será concedida no primeiro trimestre deste ano. Em 2024, por sinal, as ações saltaram 69%, entre os maiores ganhos do Ibovespa no período, por conta desta operação.

A CMA CGM ofereceu R$ 15,30 por ação da Santos Brasil, ajustados pela redução de capital (R$ 1,85), dividendos (R$ 0,235), entre outros termos. Como resultado, o JPMorgan revisou o preço-alvo de R$ 17 para R$ 14,00, implicando um potencial de alta de 7% e um múltiplo Valor da Firma (EV)/Ebitda de 8,5 vezes para 2025.

O grupo francê comprometeu-se a realizar uma oferta pública para todas as ações remanescentes nas mesmas condições oferecidas à Opportunity, a ser anunciada na conclusão da transação.

A equipe do JPMorgan manteve as estimativas de receita líquida da Santos Brasil praticamente inalteradas em R$ 3,234 bilhões em 2025, incorporando um aumento anual de 4% nos volumes e um reajuste de preços de 10%.

Já para Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a projeção é R$ 1,756 bilhão, cerca de 3% abaixo do consenso da Bloomberg.

Por outro lado, o JPMorgan reduziu a estimativa de lucro líquido em 9%, para R$ 770 milhões, 5% abaixo do consenso, considerando agora a Selic atingindo o pico de 15,25%.

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