“Deise dos Anjos pode ter envenenado outras pessoas da família”, diz polícia

Deise Moura dos Anjos foi classificada como uma pessoa altamente manipuladora – Foto: Reprodução/Especial

Em entrevista coletiva, a Polícia Civil detalhou novas informações sobre o envolvimento de Deise Moura dos Anjos na morte das três pessoas envenenadas após comer um bolo em Torres e também na morte do sogro dela, Paulo dos Anjos, morto em 2 de setembro. Com as novas provas, está comprovada a participação direta dela na morte de todas as vítimas. A polícia trabalha também com a possibilidade dela ter envenenado mais pessoas da família.

De acordo com a delegado Marco Vinícius Veloso, Deise Moura dos Anjos será indiciada pela morte de quatro pessoas e a tentativa de matar outras três. O delegado adiantou que Deise fez quatro compras de arsenio pela internet. Uma delas, antes da morte do sogro, e as outras antes das mortes ocorridas em dezembro na cidade de Torres. Todas as compras foram entregues pelos Correios. O delegado destacou que o alvo de Deise era a sogra Zeli Terezinha dos Anjos. Em todos os casos, a sogra estava presente nos casos de envenenamento. Nesta sexta-feira, 10, Zeli teve alta do hospital.

A polícia destacou que Deise pesquisou uma receita de veneno que fosse sem cheiro e sem gosto para não deixar vestígios do crime. Ela tentou convencer a famíla de realizar a cremação do corpo do sogro para acobertar o crime. A cremação só não ocorreu porque faltou a assinatura de um médico autorizando o ato. Os delegados classificaram Deise Moura dos Anjos como uma pessoa altamente manipuladora e convincente em suas palavras. “Ela pensava na frente de todos os fatos e chegou a dizer para o delegado que tinha pesquisado sobre veneno, após ter seu celular apreendido”, informaram os policiais.

Segundo a delegada regional, Sabrina Deffente, há fortes indícios de que ela tenha feito outros envenenamentos a outras pessoas próximas da família. As novas vítimas não foram mencionadas pois, segundo a delegada, a investigação ainda está em curso. Os policiais acreditam que esse caso vai servir que os hospitais passem a ter um protocolo de atendimento nos casos de morte por intoxicação alimentar.

De acordo com a diretora do Instituto-Geral de Perícias, Marguet Inês Hoffmann Mittmann, a forma como o arsênio é vendido é capaz de ficar alojado na queratina, como cabelos e unhas). No caso de Paulo dos Anjos, foram encontradas altas concentrações de arsênio no fígado e estômago. A quantia é considerada tóxica e letal. Há provas no inquérito de que o arsênio foi colocado no leite em pó que ela levou para a família. “É impossível tratar essa morte por intoxicação alimentar. Paulo Luís dos Anjos foi envenenado e esta é a causa oficial da morte”, destacou a diretora.

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