O caso do presidente da Coreia do Sul preso após tentar golpe mostra por que Bolsonaro tem de ir em cana

O presidente sul-coreano destituído, Yoon Suk Yeol, é preso

A prisão de Yoon Suk Yeol, presidente deposto da Coreia do Sul, por tentativa de golpe de Estado, levanta um importante paralelo com a situação do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, igualmente acusado de articular um ataque à democracia. A detenção de Suk Yeol por rebelião, após impor lei marcial para consolidar o poder em dezembro, expõe o rigor de um sistema judicial que não hesita em responsabilizar líderes golpistas.

No Brasil, Bolsonaro enfrenta acusações semelhantes e está livre, leve e solto, esperando a denúncia do PGR Paulo Gonet. Suk Yeol surpreendeu o mundo em dezembro ao declarar lei marcial, justificando a medida como necessária para proteger a Coreia do Sul de “forças comunistas” e “elementos hostis ao Estado.”

Tal retórica remete aos períodos sombrios da ditadura militar sul-coreana, onde o autoritarismo era camuflado sob o pretexto de segurança nacional. A imposição da lei marcial foi rejeitada pela Assembleia Nacional e gerou forte oposição popular, resultando na revogação da decisão e na subsequente suspensão do presidente. Apesar disso, Suk Yeol continuou a resistir às investigações e foi finalmente detido após tentativas frustradas das autoridades de prendê-lo.

Bolsonaro e o Ataque à Democracia Brasileira

No Brasil, Jair Bolsonaro segue um roteiro semelhante ao de Suk Yeol. Após perder as eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro incentivou atos golpistas, como o terrorismo de 8 de janeiro de 2023, quando extremistas invadiram e depredaram os Três Poderes em Brasília. Assim como Suk Yeol tentou escorar nenhum discurso de “proteção ao Estado” para justificar sua lei marcial, Bolsonaro usou argumentos de “fraude eleitoral” e “ameaça comunista” para mobilizar seus apoiadores e fragilizar as instituições democráticas.

Bolsonaro não apenas insuflou essas ações como também se decidiu a aceitar a derrota, adotando uma postura de negação da legalidade do processo eleitoral, comportamento que se alinha ao de Suk Yeol, que questionou a legitimidade das investigações sobre suas ações.

A Necessidade de Justiça

A prisão de Yoon Suk Yeol envia uma mensagem poderosa de que a democracia não tolera traições internas, mesmo que venham a mais alta escalada do poder.

O Brasil precisa seguir o mesmo caminho. As investigações em curso contra Bolsonaro por tramar um golpe de Estado são passos importantes, mas insuficientes sem uma responsabilização mais duradoura. Assim como Suk Yeol, Bolsonaro deve ser levado à prisão para prestar contas sobre suas ações.

Casos como o de Suk Yeol e Bolsonaro demonstram que as democracias, embora frágeis, têm instrumentos para se defenderem de líderes que buscam subvertê-las. Quando um presidente, eleito para proteger a Constituição, usa sua carga para ameaçá-la, a única resposta possível é a ação judicial firme e imparcial.

No Brasil, a detenção de Bolsonaro não será apenas um ato de justiça, mas um marco na proteção do Estado democrático de direito. Assim como na Coreia do Sul, onde a prisão de Suk Yeol é um sinal de que a democracia pode prevalecer sobre a tirania, o Brasil deve mostrar ao mundo que não há anistia possível para golpistas.

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