Defesa de homem que processa ex por prêmio milionário da Mega-Sena diz que ela foi “sorrateira”

A defesa do homem que processa a ex-mulher, que ganhou R$ 103 milhões na Mega-Sena, afirma que ela agiu de má-fé após receber o prêmio “sendo maquiavélica e sorrateira”. Isso pelo fato de que, após nove meses de casamento, ela pediu o divórcio com separação total de bens. O homem recebeu R$ 10 milhões na ocasião do rompimento, mas entrou com uma ação na Justiça dizendo que tem direito a R$ 66 milhões.

A mulher, que era dona de uma barraca de lanches em Recife, em Pernambuco, acertou as seis dezenas do concurso 2306 da Mega-Sena, no dia 7 de outubro de 2020, quando ganhou R$ 103.029.826,38. Na ocasião, os números sorteados foram: 03, 19, 28, 33, 57 e 58.

Conforme revelado pelo colunista Tácio Lorran, do portal “Metrópoles”, a mulher se relacionava com o homem desde abril de 2020, quando ela dormia em um colchão na barraca em que trabalhava e ele atuava como motorista de Kombi e morava com uma irmã. Em agosto daquele ano, eles ficaram noivos e, no dia 7 de outubro, a situação financeira se transformou com o prêmio ganho por ela na loteria. Assim, no dia 29 daquele mês, eles oficializaram a união.

No entanto, o casamento foi marcado por brigas e, segundo disse a mulher, o homem era grosseiro. Assim, ela decidiu se separar. “Eu decidi pelo simples fato de que ele era uma pessoa muito grossa, não me tratava bem”, disse ela, segundo revelou o colunista.

Na ocasião do divórcio, com separação total de bens, a mulher repassou R$ 10 milhões ao ex-marido, além de R$ 1 milhão para cada filho dele. Mas o homem não ficou satisfeito e, pouco mais de um ano depois, entrou com uma ação na Justiça pedindo R$ 66 milhões, valor que ele calcula ser a metade do prêmio, somado a uma indenização por danos morais.

“Agindo de má-fé, sendo maquiavélica e sorrateira com relação aos valores do casal, de forma que logo após transferir todo o dinheiro do casal, de forma cruel, imediatamente pediu a separação, queria o divórcio, deixando o requerido sem nenhum meio de sobreviver, pois o mesmo ainda precisava fazer uma cirurgia, e agora se encontrava sem ter condições financeiras para fazer a cirurgia”, afirma a defesa do homem na ação judicial.

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No processo, o homem alega que ele e a mulher já viviam em união estável quando ela ganhou o prêmio milionário e, por isso, tem direito a metade do que foi ganho. Ele ressaltou que eles mantinham relações sexuais com frequência e costumavam dormir juntos na barraca de lanches dela.

Já a mulher nega que teve intimidades com o homem antes do casamento. Ao ser ouvida pela Justiça, ela afirmou ser evangélica e assegurou que “não teve nenhum contato” físico antes do matrimônio.

A defesa do homem afirma, ainda, que o dinheiro usado pela mulher para fazer a aposta era dele, além de que foi ele quem escolheu os números que seriam apostados. Ela nega essa informação.

Como anda o processo?

Segundo o colunista, em dezembro de 2023, a Justiça determinou o bloqueio de 50% dos bens da mulher, que corresponderia aos R$ 66 milhões. Porém, só foram encontrados R$ 22,5 milhões em contas diferentes, sendo que uma decisão de fevereiro de 2024 liberou 10% desse valor.

No processo constam as doações que a mulher fez ao marido, que atualmente trabalha com investimentos, e aos filhos dele. Além disso, a ganhadora também teria dado parte dos valores para algumas amigas, com repasses de R$ 100 mil a R$ 120 mil.

A defesa da mulher destacou que ela teve que se mudar de cidade por questões de segurança e negou que tenha fugido com o prêmio. Atualmente, ela vive com a parte dos valores que não foram bloqueados.

O processo continua em tramitação na Justiça de Pernambuco.

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