“Qualquer um pode fugir”, diz Bolsonaro sobre proibição de viajar aos EUA

O ex-presidente Bolsonaro em entrevista à Rádio Auri Verde. Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestou sua insatisfação nesta segunda-feira (20) após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negar pela segunda vez a devolução de seu passaporte, impedindo-o de comparecer à posse de Donald Trump nos Estados Unidos. Bolsonaro classificou a decisão como “inacreditável”, argumentando que a justificativa de risco de fuga é infundada, uma vez que ele não é réu em nenhum processo.

Durante uma live com um veículo aliado (Canal Auriverde Brasil), Bolsonaro criticou duramente Moraes, afirmando que o magistrado concentra todos os poderes em suas mãos, desde a abertura de inquéritos até o julgamento, o que, segundo ele, compromete a liberdade individual.

“Eu não sou réu, pô. ‘Ah, ele pode fugir’, eu posso fugir agora, qualquer um pode fugir”, declarou o ex-presidente, indiciado por tramar um golpe de Estado após a derrota eleitoral em 2022.

Em um momento emotivo, Bolsonaro expressou sua tristeza por não poder acompanhar Michelle nos EUA, dizendo que “queria estar ao lado dela” e que, por isso, “a gente chora”. Ele também mencionou estar “chateado, abalado ainda” devido a uma suposta perseguição política.

O líder da extrema-direita brasileira tentou recorrer da decisão, mas seu pedido foi novamente negado, mantendo-o no Brasil durante um momento que ele considerava importante tanto pessoalmente quanto politicamente.

Enquanto Bolsonaro fica no Brasil, sua esposa, Michelle Bolsonaro, e o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o representam na cerimônia de posse. A comitiva brasileira ainda inclui 21 parlamentares de oposição. O governo brasileiro será oficialmente representado pela embaixadora Maria Luiza Viotti, já que o presidente Lula não participará do evento.

Na manhã de sábado (18), ao levar a esposa e o filho ao Aeroporto Internacional de Brasília, ele chorou ao comentar a decisão de Moraes, sem mencioná-lo diretamente.

“Estou chateado, estou abalado ainda, né? Mas eu enfrento uma enorme perseguição política por parte de uma pessoa. Essa pessoa decide a vida de milhões de pessoas no Brasil. Ele e mais ninguém. Ele é o dono do processo. Ele é o dono de tudo. Quando quer ignora o Ministério Público, faz o que bem entende. O objetivo é eliminar a direita do Brasil”, declarou o ex-presidente.

A decisão de Moraes foi respaldada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que não viu na justificativa da defesa de Bolsonaro elementos suficientes para considerar a viagem como de “interesse vital”.

O ministro reforçou sua decisão apontando a possibilidade de Bolsonaro incentivar a fuga de condenados do país, baseando-se em declarações anteriores do ex-presidente.

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