Reforma tributária coloca 15 produtos em Cesta Básica com isenção de impostos

O projeto de lei complementar que trata da regulamentação da reforma tributária dos impostos sobre o consumo, entregue ontem (24) pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Congresso Nacional avança sobre a definição dos produtos que deverão compor a chamada Cesta Básica Nacional.

O grupo está previsto na Emenda Constitucional (EC 132/2023) que instituiu a reforma tributária, promulgada pelo Poder Legislativo no fim do ano passado. Mas a definição de quais produtos iriam integrá-lo ficou para definição posterior por lei complementar.

Pela regra, a Cesta Básica Nacional será composta “por produtos destinados à alimentação humana, considerando a diversidade regional e cultural da alimentação do País e garantindo a alimentação saudável e nutricionalmente adequada”. Sobre eles a alíquota cobrada dos dois novos tributos − a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), em nível federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), subnacional − será zero.

Veja a lista de produtos que ficariam isentos, segundo o projeto:

Item Produto
1 Arroz
2 Leite fluido pasteurizado ou industrializado, na forma de ultrapasteurizado, leite em
pó, integral, semidesnatado ou desnatado; e fórmulas infantis
3 Manteiga
4 Margarina
5 Feijões
6 Raízes e tubérculos
7 Cocos
8 Café
9 Óleo de soja
10 Farinha de mandioca
11 Farinha, grumos e sêmolas, de milho; e grãos esmagados ou em flocos, de milho
12 Farinha de trigo
13 Açúcar
14 Massas alimentícias
15 Pão do tipo comum (contendo apenas farinha de cereais, fermento biológico, água e sal)
Fonte: Projeto de Lei Complementar | Ministério da Fazenda

O texto constitucional (EC 132/2023), promulgado no ano passado, também prevê a possibilidade de redução em 60% (em relação à alíquota padrão, que deve girar em torno de 26,5%) para alimentos destinados ao consumo humano, inclusive sucos naturais sem adição de açúcares e conservantes, assim como de redução a zero para produtos hortícolas, frutas e ovos.

Veja a lista de produtos submetidos à cobrança de 40% da alíquota padrão:

Item Produto
1 Carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves e produtos de origem animal (exceto Foies gras), carne caprina e miudezas comestíveis de ovinos e caprinos;
2 Peixes e carnes de peixes (exceto salmonídeos, atuns; bacalhaus, hadoque, saithe e ovas e outros subprodutos);
3 Crustáceos (exceto lagostas e lagostim) e moluscos;
4 Leite fermentado, bebidas e compostos lácteos;
5 Queijos tipo mozarela, minas, prato, queijo de coalho, ricota, requeijão, queijo provolone, queijo parmesão, queijo fresco não maturado e queijo do reino;
6 Mel natural;
7 Mate;
8 Farinha, grumos e sêmolas, de cerais; grãos esmagados ou em flocos, de cereais, exceto os grãos de milho e amido de milho;
9 Tapioca e seus sucedâneos;
10 Óleos vegetais e óleo de canola;
11 Massas alimentícias;
12 Sal de mesa iodado;
13 Sucos naturais de fruta ou de produtos hortícolas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes;
14 Polpas de frutas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes.
Fonte: Projeto de Lei Complementar | Ministério da Fazenda

A reforma tributária também lista outras 1.110 situações de desconto de alíquota reduzida em 60%. Os casos reúnem serviços de educação, saúde, dispositivos médicos, dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência, medicamentos, composições para nutrição enteral ou parental e composições especiais e fórmulas nutricionais destinadas às pessoas com erros inatos do metabolismo, produtos de higiene pessoal e limpeza, insumos agropecuários e aquícolas, produções nacionais artísticas, culturais, de eventos, jornalísticas e audiovisuais, bens e serviços relacionados à soberania e segurança nacional, segurança da informação e segurança cibernética.

Para passarem a valer, as novas regras precisam ser aprovadas nas duas casas legislativas. Por ser um projeto de lei complementar, o texto depende do apoio da maioria absoluta da Câmara dos Deputados (ou seja, 257 dos 513 votos) e do Senado Federal (ou seja, 41 dos 81 votos disponíveis). A expectativa de integrantes do governo federal e dos presidentes das casas do Congresso Nacional é de que as discussões sejam concluídas ainda em 2024, apesar do calendário apertado por conta das eleições municipais.

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