Trump tem discussão “acalorada” com premiê da Dinamarca sobre a Groenlândia

A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca. Foto: Reprodução

O ex-presidente Donald Trump teria tido uma ligação “acalorada” com a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, devido à insistência de Trump de que o controle dos EUA sobre a Groenlândia é necessário para a segurança nacional americana.

Uma ligação de 45 minutos entre Trump e Frederiksen, realizada na semana passada, teria escalado para um confronto, segundo informaram altos funcionários europeus ao Financial Times. Trump, que à época era presidente eleito, teria adotado uma postura agressiva e ameaçado impor tarifas contra o aliado da OTAN.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Brian Hughes, não comentou sobre o tom da conversa, mas afirmou que Trump está focado na Groenlândia como parte da competição maior entre China e Rússia.

“O presidente Trump deixou claro que a segurança da Groenlândia é importante para os Estados Unidos, dado que China e Rússia estão fazendo investimentos significativos em toda a região do Ártico”, disse Hughes em um comunicado.

“O presidente está comprometido não apenas em proteger os interesses americanos no Ártico, mas também em trabalhar com a Groenlândia para garantir prosperidade mútua para ambas as nações”, acrescentou.

Trump demonstrou grande interesse em planos para assumir o controle da Groenlândia, uma ilha autônoma no Ártico que faz parte do reino da Dinamarca. Durante seu discurso de posse, ele se referiu aos EUA como uma nação em expansão territorial. Trump também pediu que os EUA retomem o controle do Canal do Panamá e chegou a cogitar a anexação do Canadá.

Trump e Frederiksen conversaram por telefone em 15 de janeiro. A primeira-ministra dinamarquesa afirmou que citou declarações do presidente do Parlamento da Groenlândia, segundo as quais a ilha não está à venda e que cabe à Groenlândia decidir sobre sua independência.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Chip Somodevilla/AP

Frederiksen também ofereceu assumir maior responsabilidade pela segurança no Ártico, destacou que empresas dinamarquesas contribuem para o crescimento e a geração de empregos nos EUA, e reforçou que a UE e os EUA têm um interesse comum em fortalecer o comércio, de acordo com informações divulgadas por seu gabinete.

A equipe de transição de Trump não divulgou detalhes dessa ligação, mas ele afirmou em uma coletiva de imprensa em 7 de janeiro que não descartaria o uso de força econômica ou militar para assumir o controle da ilha ártica.

Falando do Salão Oval poucas horas após tomar posse, Trump reafirmou sua intenção de incorporar a Groenlândia e declarou: “Tenho certeza de que a Dinamarca acabará concordando.”

Frederiksen é vista como uma profissional rígida e focada em segurança, tendo sido crítica à demora do governo Biden em fornecer armas à Ucrânia, afirmou um especialista em política externa americana que se encontrou com a primeira-ministra dinamarquesa.

“Ela é como o John Bolton da Europa; é implacável”, disse o especialista, referindo-se ao ex-assessor de segurança nacional de Trump, com quem o ex-presidente tem extrema animosidade, chamando-o de estúpido e belicista. Recentemente, Trump retirou a segurança pessoal de Bolton, que havia sido colocada devido a ameaças de assassinato por parte do Irã.

Segundo o especialista, a postura firme de Frederiksen contra Trump pode ter contribuído para o acirramento da conversa.

“Ela não parece ser o tipo de pessoa que cede facilmente. Não que seja irracional, mas não é do tipo que aceita qualquer coisa.”

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