“Venda do olho”: pagamento por registro da íris passa a ser proibido a partir deste sábado; entenda

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) determinou que a empresa Tools for Humanity (TFH, “ferramentas para humanidade”, em português) suspenda o pagamento por troca da leitura da íris, prática que ficou conhecido como “Venda de Olho”, a partir deste sábado (25). Quase meio milhão de pessoas procuraram os postos só em São Paulo, recebendo cerca de R$ 600 em criptoativos pelo procedimento.

O projeto World, desenvolvido por bilionários da Inteligência Artificial, entre eles Sam Altman, da OpenAI, segue em andamento, mas não poderá mais remunerar os participantes. Antes os postos ficavam em bairro nobres, como Itaim Bibi e nos Jardins, mas agora se expandiu para locais como Brasilândia, Cidade Dutra e Cidade Líder.

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Segundo a TFH, o projeto que visa comprovar que a pessoa é um “ser humano único”, por meio da leitura presencial da íris, é fundamental para garantir a segurança na internet. Apesar disso, países como Espanha e Alemanha proibiram o projeto devido a dúvidas sobre a real intenção da empresa com a captação das informações da íris.

No Brasil, a ANDP investigava a ação desde novembro de 2024 e agora proibiu a remuneração, pois o pagamento “pode interferir na livre manifestação de vontade dos indivíduos”.

A ANDP destacou, ainda, que essa interferência pode ocorrer “especialmente em casos nos quais potencial vulnerabilidade e hipossuficiência (expressão jurídica que se refere à falta de condições financeiras) tornem ainda maior o peso do pagamento oferecido”.

Para especialistas, não fica claro como a empresa utilizará os dados, além de que o projeto levantaria outras problemáticas, como a dificuldade da pessoa conseguir informações e emitir decisões sobre como o compartilhamento destas informações será realizado.

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