Médicos que atendem pelo SUS em Bento podem parar atendimentos

Foto: Reprodução

Uma possível paralisação dos médicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Bento Gonçalves será discutida em uma Assembleia Geral Extraordinária, marcada para esta quinta-feira, 30 de janeiro, às 14h, na sala de reuniões do Hotel Dall’Onder. A convocação foi realizada pelo Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (Simers) e pelo Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul (SinmedCaxias).

Os profissionais receberam apenas 50% dos seus salários no dia 15 de janeiro, sem previsão para o pagamento do restante. Além disso, as condições de trabalho oferecidas pela Prefeitura Municipal aos médicos terceirizados pela empresa Med Saúde Ltda., responsável pela gestão dos serviços, estão sendo avaliadas pelos sindicatos.

De acordo com o delegado do Simers, Dr. Marcelo Matias, e o presidente do SinmedCaxias, Dr. Marlonei Silveira dos Santos, que também é diretor jurídico da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), a pauta da reunião inclui debater e deliberar sobre uma possível paralisação dos serviços médicos. A situação evidencia um cenário de crise no município, que enfrenta dificuldades financeiras e problemas estruturais, como falhas no sistema de informática, que têm prejudicado a gestão de repasses e serviços essenciais na saúde pública.

Como funciona uma paralisação médica no SUS?

Conforme a Lei 7.783/89, conhecida como Lei de Greve, e o Código de Ética Médica, paralisações de serviços essenciais, como a saúde, devem garantir o funcionamento mínimo de 30% dos profissionais, especialmente em casos de urgência e emergência. “A paralisação é um direito legal, mas deve ser conduzida de forma que não coloque em risco a vida e a saúde da população”, explica um representante do Simers.

Caso os médicos optem pela interrupção parcial ou total dos serviços, os sindicatos se comprometeram a informar a população e garantir a manutenção de atendimentos essenciais. Ainda assim, os sindicatos destacam que a insatisfação dos profissionais com atrasos salariais e condições inadequadas de trabalho pode agravar o cenário da saúde pública no município.

Problemas financeiros e estruturais em Bento Gonçalves

Além do atraso no pagamento, a Prefeitura de Bento Gonçalves enfrenta um desequilíbrio financeiro que afeta a prestação de serviços. Os problemas incluem dificuldades na gestão de contratos terceirizados e falhas no sistema de tecnologia que deveriam assegurar o controle e a transparência dos repasses. Muitos prestadores de serviços estão sem receber os valores devidos desde o mês de dezembro. As 42 escolas de Educação Infantil que prestam serviço ao município, por exemplo, esperam o pagamento em torno de R$ 1,8 milhão. 

 

 

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