Movida reverte prejuízo, lucra R$ 72,7 mi no 4º tri e antecipa resultados de 2025

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A Movida (MOVI3), locadora de veículos do Grupo Simpar (SIMH3), registrou lucro líquido ajustado de R$ 72,7 milhões no quarto trimestre de 2024. Assim, a companhia reverteu um prejuízo de R$ 104,5 milhões registrado um ano antes.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) nos três últimos meses de 2024 foi de R$ 1,244 bilhão, com crescimento anual de 40,1%. A margem Ebitda sobre a receita líquida total da companhia no período foi a 38,3%, com alta de 2,7 pontos percentuais.

A receita líquida entre outubro e dezembro bateu R$ 3,248 bilhões, com alta de 30,3%. A movida teve faturamento líquido de R$ 1,791 bilhão com serviços e mais R$ 1,457 bilhão com venda de ativos.

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No ano cheio de 2024, o lucro líquido ajustado da locadora foi de R$ 305,1 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 254,6 milhões de 2023. O Ebitda do período foi de R$ 4,7 bilhões, 33,5% maior que o do ano anterior. E a receita líquida cresceu 30,4% nesse intervalo de tempo, para R$ 3,248 bilhões.

A Movida encerrou o ano com uma frota de 268 mil carros, sendo 122 mil no segmento de locação (RAC) e 146 mil na parte de gestão de frotas (GTF).

A companhia encerrou o ano com R$ 4,3 bilhões em caixa, o que a Movida considera posição confortável para “executar avanços em todas as frentes estratégicas”. A alavancagem, medida pel relação entre dívida líquida e Ebitda, recuou por mais um trimestre, para 3 vezes.

No segmento de locação, preço das diárias continuou subindo

Gustavo Moscatelli, CEO da Movida (Crédito: Divulgação)

A receita líquida de RAC cresceu 19,8% no quarto trimestre, na comparação anual, para R$ 809 milhões. A diária média no período foi de R$ 151, 20% a mais que o valor cobrado um ano antes.

“Mesmo com o aumento do preço, não perdemos o volume de diárias. Isso mostra que estamos com ferramentas de precificação bastante eficientes”, afirmou Gustavo Moscatelli, CEO da Movida ao InfoMoney.

Moscatelli também disse que a recomposição de preços vai continuar “para fazer frente ao novo patamar de taxa de juros”. Mesmo com a piora no cenário macroeconômico, o executivo acredita que o mercado de locação ainda tem um potencial de crescimento “muito grande”.

“Com taxas de juros mais altas e menor poder de compra, a locação se torna uma alternativa para diversas atividades”, disse ele.

A taxa de ocupação em RAC – percentual da frota alugada em relação à frota média operacional – foi de 75% nos três últimos meses de 2024. A receita média por carro no período foi de R$ 3.382, aumento de 9,7% ano a ano.

O yield, indicador de rentabilidade, fechou o período em 4,3% ao mês no segmento RAC e superou o guidance operacional estabelecido pela companhia no início de 2024.

Gestão de frotas dá mais previsibilidade à empresa

Em GTF, a receita líquida somou R$ 943,4 milhões no quarto trimestre, com crescimento de 48,5%. A receita por carro no período cresceu 22,2% em relação ao mesmo período de 2023, chegando a uma média de R$2.780 por mês.

As receitas futuras contratadas (backlog) do segmento somam R$ 6,8 bilhões e, segundo a Movida, asseguram mais estabilidade para os próximos períodos. Por esse motivo, 60% dos investimentos feitos pela companhia em 2024 foram direcionados para essa divisão do negócio, totalizando R$ 3,3 bilhões, e essa proporção deve se manter em 2025.

“É a proporção de investimento que traz mais valor ao acionista. […] Você vê hoje a companhia com uma volatilidade muito menor no resultado do que tinha no passado”, observa Moscatelli. Em GTF, a duração padrão dos contratos é de 36 meses.

“Toda vez que assinamos um contrato com GTF, garantimos uma receita para os próximos três anos. Isso traz uma dinâmica de fluxo de caixa de resultado muito mais previsível e muito mais estável”, complementa.

Em seminovos, maior produtividade

Entre outubro e dezembro do ano passado, a Movida vendeu 21.916 carros, alta de 27% em relação ao mesmo período de 2023. No acumulado do ano foram vendidos 103.691 unidades, com crescimento anual de 36,1%.

O mix de carros no estoque de seminovos segue “melhorando sequencialmente”, diz a Movida, alinhado com a estratégia atual da empresa de ter uma maior participação de carros de entrada – que tem mais liquidez – na frente. Atualmente, 66% do perfil de estoque é de hatch. Um ano antes, essa fatia era de 41%.

“Saímos de uma frota que tinha tíquete médio por volta de R$ 90 mil, R$ 93 mil para R$ 79 mil no RAC. Isso fez com que a gente não só tivesse uma melhor rentabilidade no período de locação, mas uma maior liquidez no momento da venda do carro, que é o que está acontecendo agora”, disse Moscatelli. “Acredito que o mix que temos hoje é o ideal”.

Além disso, explica o executivo, a Movida investiu na expansão de lojas físicas nos últimos anos. Uma estrutura que, segundo ele, hoje está madura e não precisa crescer mais. “Para o volume que a gente precisa fazer de vendas em 2025, não temos necessidade de expansão”.

Movida antecipa resultados do primeiro bimestre de 2025

Diante de investidores apreensivos com o cenário macroeconômico, a Movida decidiu antecipar os dados dos primeiros dois meses de 2025. Na prévia, ainda não auditada, o lucro líquido da companhia foi de R$ 41 milhões, o dobro do registrado no primeiro bimestre de 2024.

A receita líquida total do período somou R$ 2,33 bilhões, com crescimento de 20,3%. O Ebitda, por sua vez, avançou 27,1%, para R$ 864 milhões.

“Os níveis já são muito melhores que os do ano passado e mostram que a companhia conseguiu agir rápido. […] O carnaval este ano caiu em março, então o resultado do mês ainda deve ser bom”, afirma Moscatelli. Segundo ele, o carnaval é o segundo maior pico de locação de veículos no ano depois do réveillon.

“É um ano com desafios no macro em que a gente vai ter que se virar no micro para entregar resultados que partem a frente desse novo ambiente da economia”, conclui o CEO.

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