Quer ter um animal exótico em casa? Saiba como não cair em golpes de criatórios ilegais

Perfis das redes sociais mostrando pessoas que possuem animais exóticos como pet vem ganhando cada vez mais espaço nos últimos tempos. Além da internet, estes animais também estão conquistando famílias que buscam animais de estimação exóticos. Para esclarecer dúvidas sobre a criação e aquisição destes animais, o Metro World News Brasil ouviu o biólogo Tiago Lima, um dos sócios dos criadores Jiboias Brasil e Animais Brasil.

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Segundo Tiago, a popularidade dos répteis como animais de estimação está crescendo significativamente e alcançando um perfil de tutores que se mostra mais consciente das necessidades e particularidades dos animais exóticos.

“Hoje observamos um grau de consciência maior por parte de quem quer adquirir um pet exótico. Não costumo ver compras por impulso, então normalmente a pessoa que chega até nós para adquirir um animal passou 30 ou 60 dias estudando sobre os cuidados e necessidades dele. A preocupação com o bem-estar do animal está cada vez maior”.

Como identificar um criatório legalizado

Com o aumento da demanda por animais exóticos, em especial répteis, a busca por criadores é cada vez mais intensa. No entanto, por contar com uma legislação rígida, e que varia de estado para estado, o número de criadores legalizados é restrito. Desta forma, é necessário que os compradores fiquem atentos a uma série de fatores antes de adquirir o animal desejado para evitar cair em golpes de criadores ilegais.

“Atualmente apenas três estados (Alagoas, Paraná e Rio de Janeiro) estão licenciando novos criadores, outros têm criadores que foram licenciados antes, como nós que ficamos em Minas Gerais. O processo de licenciamento é extenso e varia, podendo levar tempo. É necessário ter um responsável técnico de áreas como zootecnia, veterinária, biologia e engenharia agrônoma que possa elaborar e assinar um projeto no qual será descrito todo o processo de criação, alocação e manejo com os animais”.

Para Tiago, uma das melhores formas de identificar um criador legalizado é justamente buscando por referências e checando a documentação do local e dos animais comercializados. “Os estabelecimentos são obrigados a divulgar o número de autorização para o manejo destes animais. Ainda assim, as pessoas podem ficar com dúvidas sobre a legalidade do animal e da atividade do estabelecimento. Neste caso, sugiro que o interessado realize a busca pelo órgão licenciador de seu estado e verifique a procedência do animal e a legalidade do criador. Hoje em dia a documentação é digital, facilitando a confirmação sobre sua veracidade”.

Combate ao comércio e criação ilegal

Segundo o biólogo e criador, apesar do rigor nas fiscalizações e na legislação que permite o comércio de animais exóticos, a oferta baixa em frente a grande demanda abriu espaço para ações ilegais como o tráfico e comércio ilegal de animais exóticos e espécies não legalizadas no país. Com o tráfico de animais sendo uma realidade, é necessário que os compradores redobrem os cuidados para evitarem cair em golpes.

Recentemente, conforme reportagem do G1, a Polícia Federal de Campinas, no interior de São Paulo, cumpriu mandados de busca e apreensão contra o comércio ilícito de animais silvestres pela internet. Os animais em questão eram comercializados pela internet de forma irregular, ou seja: sem os devidos cuidados e documentações de permissão e procedência.

Diante disso, Tiago reforça: “É melhor recorrer a um animal de procedência legal por diversos fatores, não somente o financeiro, mas também levando em conta os valores e princípios éticos, a procedência do animal, o cuidado prévio e suporte para ele. Na prática as apreensões mostram que existe uma demanda maior do que a realidade, e que o governo precisa entender isso e criar ferramentas para que a gente, que trabalha de forma legal, possa atender a esta demanda. Grandes organizações internacionais reforçam exatamente isso, a criação legalizada é uma das melhores formas de combate ao tráfico.”

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