Governo federal deve investir R$ 7,15 bilhões em escoamento da safra de grãos em 2025

Soja sendo carregada em caminhão (REUTERS/Jorge Adorno)

O governo federal vai investir R$ 7,15 bilhões em medidas para escoamento da safra de grãos em 2025. A cifra inclui investimentos públicos previstos pelo Ministério dos Transportes e pelo Ministério dos Portos e Aeroportos (MPor) e considera valores previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2025.

Os aportes apresentados na cerimônia conjunta entre os ministérios já eram conhecidos, uma vez que fazem parte dos planos setoriais das pastas de infraestrutura. A safra de grãos 2024/25 é estimada em recorde de 322,25 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Para a malha rodoviária, o plano prevê a ampliação dos investimentos de R$ 2 bilhões para R$ 2,6 bilhões no Arco Norte, conjunto de rodovias e ferrovias que atendem portos e estações de transbordo dos estados de Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Maranhão. No Arco Sul/Sudeste, o investimento deve passar de R$ 1,6 bilhão para R$ 1,9 bilhão.

Estão previstas concessões de trechos rodoviários, a intensificação da fiscalização da pesagem e o apoio ao licenciamento ambiental para rodovias. Há previsão de nove leilões para concessão de corredores rodoviários importantes ao agronegócio, totalizando 5,5 mil km (sendo 1 mil km em duplicação) e investimentos de R$ 91,4 bilhões.

O plano também inclui projetos ferroviários, como trechos da Fiol 2 e da Transnordestina, e leilão do corredor Ferrovia de Integração Centro Oeste (Fico)/Ferrovia de Integração Leste Oeste (Fiol), projeto que totaliza 1,7 mil km de trilhos, com um investimento estimado de R$ 99,7 bilhões. Há também a previsão de início das operações da Transnordestina, no trecho de Bela Vista (PI) a Iguatu (CE).

Dos cinco principais corredores rodoviários agrícolas, o Ministério dos Transportes estima que sejam movimentados 20 milhões de toneladas pela BR-163, 16 milhões de toneladas pela BR-364, 4 milhões de toneladas pela BR-242, 11 milhões de toneladas pela BR-155/158/FNS/EFC e 9 milhões de toneladas pela BR-135.

Na área portuária, a previsão é de aumento nos investimentos públicos e privados. Os investimentos públicos devem totalizar R$ 1,7 bilhão, contra R$ 1,04 bilhão empenhados em 2024. Já do setor privado são esperados R$ 18 bilhões, 32% mais que os R$ 13 6 bilhões verificados no ano passado.

A previsão de aumento de investimentos no setor portuário se deve principalmente a novas concessões e arrendamentos em portos como Itaguaí, Santos e Paranaguá. O governo federal estima que as concessões e arrendamentos totalizarão R$ 20 bilhões até o fim de 2026. As obras contemplam dragagens e modernização da infraestrutura.

Entre as hidrovias, que foram responsáveis por transportar 127 23 milhões de toneladas de produtos agrícolas em 2024, o governo prevê investir R$ 946 milhões, R$ 178 milhões a mais que em 2024. Uma das apostas para o setor é conceder as principais hidrovias do País, incluindo os rios Madeira, Paraguai, Lagoa Mirim, Barra Norte, Tocantins e Tapajós. Esses rios têm enfrentado secas severas nos últimos anos, impossibilitando a navegação por longos períodos. O governo entende que concedê-los à iniciativa privada possibilitará medidas mitigatórias mais céleres.

Estimativa

O Ministério da Agricultura estima que 1,250 bilhão de toneladas de produtos agropecuários circulam pelos portos e rodovias nacionais. O número foi apresentado pelo ministro da Agricultura Carlos Fávaro, em evento conjunto com as pastas da infraestrutura para apresentação das medidas para escoamento da safra de grãos 2025.

A perspectiva de movimentação inclui a previsão de safra recorde de grãos em 2024/25 estimada em 322,25 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de carnes e açúcar do País.

No evento, Fávaro defendeu a eficiência da infraestrutura nacional, afirmando que a logística brasileira é competitiva. “Se a nossa infraestrutura não fosse tão eficiente, não estaríamos abrindo tantos mercados e exportando. Temos competitividade na infraestrutura”, disse.

Entre as medidas que serão adotadas pela pasta para acelerar o escoamento da produção, Fávaro citou a ampliação dos certificados eletrônicos para movimentação de cargas agropecuárias, como é feito hoje com o Certificado Sanitário Nacional (CSN) digital para trânsito interno de produtos de origem animal. “Isso será acelerado. Para carnes, temos 80 mil certificados eletrônicos sendo emitidos”, pontuou Fávaro.

Outra prioridade da pasta será o chamamento de novos auditores fiscais federais agropecuários, em concurso já aprovado, para atuação nos portos brasileiros. “Para não termos barreiras e as exportações acontecerem”, afirmou.

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