Psol diz que assessor Deccache foi demitido por atacar parlamentares e presidenta do partido

O assessor econômico da bancada do PSOL na Câmara dos Deputados, David Deccache: ele foi demitido do cargo por atacar parlamentares e a presidenta da sigla. Foto: reprodução

O PSOL afirmou, em nota enviada ao DCM, que o assessor econômico da bancada do partido na Câmara dos Deputados, David Deccache, foi demitido do cargo por “ataques públicos” a parlamentares e à presidenta da sigla, Paula Coradi. Segundo o comunicado, Deccache chamou membros do partido de “oportunistas”, “covardes” e “mentirosas” nas redes sociais.

Leia na íntegra:

Nas últimas eleições, o PSOL decidiu, por ampla maioria de sua militância, apoiar Lula, entendendo o risco que o bolsonarismo representa para o país. Um grupo minoritário defendia uma candidatura própria para marcar a posição do partido.

Passadas as eleições, nossa Bancada decidiu compor a base do Governo, representando a posição de 67% do Congresso partidário, para contribuir com o processo de reconstrução e derrota da extrema-direita. Novamente, um grupo minoritário defendia ir para a oposição e teve sua posição derrotada democraticamente no voto da bancada.

A liberdade de divergência é um valor essencial na política e amplamente garantida no PSOL e em nossa Bancada. Tanto é que parlamentares que representam a posição minoritária – de oposição ao Governo Lula – foram indicados pela Bancada para espaços estratégicos como a CCJ, CPIs e presidência de Comissão.

Além disso, o apoio ao Governo está longe de ser acrítico: a Bancada votou por unanimidade contra projetos do governo que entendemos ser equivocados, como o Arcabouço Fiscal e o Pacote de Ajuste.

O desligamento do economista David Deccache da assessoria da Bancada não se deu, como alguns alegam falsamente, por divergências políticas, mas por ataques públicos do assessor a parlamentares e à presidente do PSOL.

É inadmissível que alguém que trabalhe para a Bancada ofenda deputados, deputadas e a direção do partido nas redes sociais, com caracterizações como “oportunistas”, “covardes” e “mentirosos”. É mentira, ainda, que o assessor não tenha sido ouvido antes do desligamento. Em dezembro, dois parlamentares, de maior relação e trânsito com o assessor, foram designados pela Líder da Bancada para dialogar com ele, e os ataques públicos persistiram.

A natureza jurídica do cargo no qual David está nomeado é de indicação política, o que significa que ele exerce função de confiança. A partir do momento em que um assessor neste cargo ataca a representação política que o indicou, se cria um conflito ético-profissional, o que inviabiliza sua continuidade nesse papel.

Na verdade, a questão de fundo da polêmica que um grupo do partido quer criar, fazendo debate interno de maneira pública e desrespeitosa, é a tentativa de jogar o PSOL na oposição ao Governo Lula.

A leitura deste grupo é que o foco do partido deve ser enfrentar contradições e limites do Governo. A nossa é de que o foco deve ser o enfrentamento ao bolsonarismo, mantendo a independência e o compromisso com os trabalhadores. É um erro grave que parte da esquerda não compreenda os riscos do avanço da extrema-direita aqui e no mundo e tenha seu horizonte limitado a disputas internas. Essa não é e nem será a posição do PSOL.

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bandeira do PSOL: partido classificou as ofensas de Deccache como “oportunistas”, “covardes” e “mentirosas”. Foto: reprodução

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