Para combater a alta nos preços, governo retoma armazenamento de alimentos

O Brasil vive uma grande transformação na gestão de seus estoques públicos de produtos agrícolas. Em uma ação estratégica para melhorar a segurança alimentar e a estabilidade dos preços, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firmaram uma parceria que visa modernizar e ampliar a capacidade de armazenamento agrícola do país.

No dia 12 de fevereiro de 2025, a Conab e o BNDES oficializaram um contrato de prestação de serviços especializados para aumentar a capacidade de armazenamento da Conab, que atualmente conta com uma capacidade estática de 1,66 milhão de toneladas e uma capacidade operacional de 900 mil toneladas. A meta da parceria é aumentar a capacidade de armazenamento em 33% com a recuperação de imóveis subutilizados, trazendo mais eficiência para a gestão dos estoques públicos.

A principal estratégia adotada pela parceria envolve a alienação ou concessão de imóveis da Conab, que estão atualmente desativados ou com baixo uso. Esses imóveis, localizados em áreas urbanas e sem capacidade operacional para armazenagem, serão oferecidos a agentes públicos e privados.

Em contrapartida, os novos adquirentes ou concessionários deverão investir na reforma e modernização dos armazéns, utilizando recursos diretamente na melhoria da infraestrutura, o que traz maior eficiência e transparência no processo. A primeira fase da iniciativa envolve a alienação ou concessão de diversos imóveis, incluindo armazéns desativados em estados como Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Esses bens estão avaliados em aproximadamente R$ 175 milhões, mas geram custos anuais de manutenção que somam cerca de R$ 8 milhões. A expectativa é que, após as reformas, a capacidade operacional de armazenamento aumente para 1,2 milhão de toneladas.

Em 2024, a Conab investiu R$ 14 milhões na recuperação de armazéns, com um investimento de R$ 75 milhões previsto para 2025. Parte desse valor virá de parcerias com empresas como a Itaipu Binacional. A ampliação da capacidade de armazenamento tem o objetivo de aumentar a disponibilidade de produtos essenciais, como trigo, milho e arroz, garantindo a estabilidade de preços e a segurança alimentar no país.

Atualmente, a Conab opera 64 unidades de armazenamento, sendo que 27 delas foram fechadas durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Além dos armazéns próprios, a companhia também conta com 75 unidades credenciadas que somam uma capacidade de 5 milhões de toneladas.

A infraestrutura de armazenamento é fundamental para garantir que os preços dos alimentos sejam estáveis e para garantir que os produtos estejam disponíveis em regiões necessitadas. A manutenção dos estoques públicos é crucial para garantir que o mercado de alimentos permaneça equilibrado, especialmente durante períodos de escassez.

Atualmente, a Conab ocupa cerca de 200 milhões de toneladas de sua capacidade com estoques de trigo, enquanto o restante é destinado a armazenagem de cestas básicas e outros produtos essenciais. O fortalecimento dessa infraestrutura será fundamental para garantir a estabilidade econômica do Brasil nos próximos anos.

A parceria entre a Conab e o BNDES faz parte de uma estratégia mais ampla do governo federal para ampliar os estoques públicos de produtos agrícolas e aumentar a capacidade de armazenamento do país, que atualmente é de 210 milhões de toneladas. A expectativa é de que, até o final de 2026, o Brasil possa dobrar sua capacidade de estocagem, garantindo não só a segurança alimentar, mas também a eficiência na gestão dos recursos públicos.

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