UFRGS denuncia formando que pintou suástica no rosto durante colação de grau

Vinicius Krug de Souza, formando de Engenharia de Minas da UFRGS. Foto: Divulgação

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) registrou um boletim de ocorrência na Polícia Federal contra o estudante Vinicius Krug de Souza, do curso de Engenharia de Minas, após ele tentar participar da cerimônia de colação de grau com uma suástica pintada no rosto.

O incidente ocorreu nesta terça-feira (18), no Campus Centro, na capital gaúcha. O aluno, natural de Novo Hamburgo, região metropolitana de Porto Alegre, foi impedido de participar da cerimônia enquanto ostentava o símbolo.

Ele alegou que a marca se tratava de um símbolo hindu, e não nazista. No entanto, após ser advertido pela universidade de que poderia ser encaminhado à Polícia Federal, concordou em apagar a suástica e participou da colação de grau sem o símbolo.

A apologia ao nazismo é crime no Brasil, conforme previsto na Lei 7.716/1989, que estabelece punição para a disseminação de símbolos ou ideologias nazistas. A UFRGS afirmou, em nota, que não tolera manifestações de ódio ou intolerância dentro de seus espaços e que decidiu dar prosseguimento à cerimônia em respeito aos demais formandos e seus familiares.

Além de registrar um boletim de ocorrência nesta quarta-feira (19), a UFRGS estuda possíveis sanções administrativas contra o estudante, incluindo a suspensão da emissão do diploma. “A Reitoria irá se reunir com a procuradora federal na UFRGS para definir as medidas cabíveis no âmbito administrativo”, declarou a instituição.

UFRGS. Foto: Divulgação

A investigação da Polícia Federal, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul também apura o caso. O deputado estadual Leonel Radde (PT) registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI) para que sejam adotadas providências legais.

O episódio gerou forte repercussão e indignação entre entidades estudantis e profissionais. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRGS repudiou o ocorrido e exigiu que a universidade tome uma posição firme. “A UFRGS é território antifascista e não aceitaremos que se normalizem ações como essa dentro da nossa Universidade. Exigimos uma posição enérgica da instituição e a anulação do diploma do estudante.”

A Associação Gaúcha de Engenheiros de Minas (Agem) também condenou o episódio em nota oficial, destacando que atitudes como essa são incompatíveis com os valores da profissão.

“Consideramos inaceitável qualquer manifestação que faça apologia ao nazismo ou a ideologias que pregam o ódio e a intolerância. A AGEM apoia as medidas adotadas pela UFRGS e reforça seu compromisso com um ambiente acadêmico e profissional pautado pelo respeito e diversidade.”

A UFRGS seguirá acompanhando o caso e poderá anunciar novas medidas em breve. A Polícia Federal e a Polícia Civil continuam investigando o episódio para determinar eventuais responsabilidades criminais.

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