Rumble: conheça a plataforma de vídeos que mira Alexandre de Moraes nos EUA

A plataforma de vídeos Rumble entrou com uma ação na Justiça dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O processo foi aberto em conjunto com o Trump Media & Technology Group, uma empresa de comunicação ligada ao ex-presidente americano Donald Trump.

As empresas alegam que Moraes violou a legislação americana ao ordenar a remoção de perfis na Rumble, incluindo o do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, investigado no Brasil por disseminação de desinformação e atacar ministros do STF. O ex-aliado de Jair Bolsonaro (PL) está foragido nos EUA e tem um mandado de prisão preventiva expedido pelo Brasil.

As empresas alegam que Moraes violou a legislação americana ao ordenar a remoção de perfis na Rumble, incluindo o do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que é investigado no Brasil por disseminação de desinformação e ataques a ministros do STF. O ex-aliado de Jair Bolsonaro (PL) está foragido nos EUA e tem um mandado de prisão preventiva expedido pelo Brasil.

O que é o Rumble?

Criada em 2013, a Rumble é uma plataforma de vídeos semelhante ao YouTube e se tornou popular entre conservadores nos EUA. A empresa se apresenta como defensora da “liberdade de expressão” e abriga produtores de conteúdo banidos ou restritos em outras redes sociais, incluindo nomes ligados ao bolsonarismo, como Paulo Figueiredo, Rodrigo Constantino e Bruno Aiub (Monark).

A plataforma tem negócios com a Trump Media e recebeu investimentos de figuras próximas ao ex-presidente americano, incluindo o atual vice-presidente dos EUA, J.D. Vance.

O Rumble ganhou destaque após a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump tentaram impedir a certificação da vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais. Após o episódio, Trump foi banido de várias redes sociais tradicionais, o que impulsionou o crescimento da plataforma.

Polêmicas e embates com governos

Nos últimos anos, a Rumble se envolveu em diversas controvérsias:

• Joe Rogan: Em 2022, a plataforma tentou contratar o podcaster Joe Rogan, cujo programa estava sob pressão no Spotify por divulgar desinformação sobre a Covid-19 e por falas consideradas racistas.
• Russell Brand: Em 2023, a Rumble se recusou a atender ao pedido do Parlamento britânico para interromper a monetização do canal do comediante, que foi acusado de abuso sexual por quatro mulheres.
• Brasil: O STF determinou a remoção de perfis que disseminavam fake news e conteúdos golpistas na plataforma, mas a Rumble não cumpriu as ordens por não ter representação no país. Como resposta, a empresa suspendeu suas operações no Brasil em 2023, retornando apenas neste ano. Na ocasião, segundo a Reuters, o presidente-executivo, Chris Pavlovski, afirmou que o Brasil agiu “para rescindir sua ordem de censura ao Rumble”, sem fornecer mais detalhes, e atribuiu isso à vitória de Trump nas eleições.

Embate judicial com Moraes

Na ação contra Alexandre de Moraes, a Rumble e a Trump Media argumentam que o ministro violou a soberania dos EUA ao impor bloqueios extraterritoriais a plataformas americanas. No entanto, especialistas apontam que essa tese não se sustenta juridicamente, pois as decisões do STF se aplicam apenas ao Brasil, onde a Corte tem jurisdição.

Empresas que operam no Brasil devem seguir as leis nacionais, incluindo decisões judiciais sobre remoção de conteúdos. No entanto, a Rumble, sem representação no país, alega que não está sujeita a essas regras.

O caso reflete um embate mais amplo sobre a regulação de plataformas digitais e a disputa entre governos e redes sociais sobre a moderação de conteúdos. A acusação ainda deverá ser utilizada por aliados de Bolsonaro para pressionar a favor do impeachment do ministro do Supremo.

Ainda que a Justiça americana aceite o processo, especialistas acreditam que eventuais sanções contra Moraes teriam impacto limitado e dificilmente resultariam em punições formais no Brasil.

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