Deputado bolsonarista aciona Lula na CGU por comer ovos de ema e jabuti

O deputado federal Evair Vieira de Melo (PP-ES) protocolou dois requerimentos solicitando que a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério do Meio Ambiente investiguem a legalidade do consumo de ovos de emas e jabutis pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio da Alvorada.

O pedido surge após declaração do petista na semana passada, quando afirmou estar consumindo ovos de ema e demonstrou interesse em provar ovos de jabuti. “Eu estou comendo agora ovo de ema, que equivale a 12 ovos de galinha. Eu fui pesquisar se eu podia comer e eu posso, porque tenho 70 emas lá no Palácio da Alvorada”, disse Lula durante um evento no Amapá.

A fala ocorre em meio ao aumento no preço dos ovos de galinha. Segundo dados do Cepea, uma caixa com 30 dúzias está sendo vendida a R$ 220,13 no atacado da Grande São Paulo, um aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado.

Nos documentos, Evair Vieira de Melo solicita uma apuração sobre possíveis falhas nos mecanismos de controle e fiscalização da criação de emas e jabutis na residência oficial, além de verificar eventuais infrações legais. O deputado argumenta que as falas do presidente podem estimular o cometimento de crimes.

“Se você pegar um produtor fazendo isso, ele pode falar ‘eu posso porque o Lula também come’”, afirmou Evair. Ele também ressaltou que, se a mesma lógica fosse aplicada a agricultores, “milhares” de processos do Ibama seriam anulados.

O deputado ainda destacou que o artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais prevê penalidades para a comercialização e consumo de ovos de animais silvestres sem permissão legal. Assim, pede que sejam verificadas as autorizações do Ibama para a manutenção dos animais no Palácio da Alvorada.

A primeira-dama, Janja da Silva, já filmou Lula interagindo com jabutis na Granja do Torto, residência oficial de campo da Presidência. Em fevereiro, o Ibama recomendou o envio de cinco fêmeas ao local para corrigir um desequilíbrio populacional devido ao excesso de machos.

A CGU não considera ser de sua competência investigar os eventos nos palácios presidenciais e deve encaminhar o requerimento a outro órgão responsável.

Após as declarações de Lula, o deputado Kim Kataguiri (União Brasil) também protocolou uma queixa-crime na Procuradoria-Geral da República (PGR), citando a mesma lei para pedir uma investigação sobre um possível crime ambiental.