PSDB descarta fusão com PSD e MDB e negocia união com Podemos e Solidariedade

Marconi Perillo, ex-governador de Goiás e atual presidente nacional do PSDB (Foto: John William/TV Anhanguera)

Após meses de negociações para uma possível fusão com PSD ou MDB, o PSDB decidiu seguir outro caminho. Segundo o presidente da sigla, Marconi Perillo, os tucanos descartaram a união com as legendas de Gilberto Kassab e Baleia Rossi e agora trabalham para se fundir com dois partidos menores: Podemos e Solidariedade.

A decisão visa evitar a extinção do partido e preservar sua identidade programática. Segundo a cúpula tucana, uma fusão com PSD ou MDB poderia tornar o PSDB subordinado a essas legendas, o que foi visto como um risco.

“O partido caminha nesta direção, de fazer fusão com partidos menores, para mantermos nosso programa, nossa história. A direção é essa. É o que a base quer e vamos fazer”, afirmou Perillo ao jornal O Globo.

Divisões internas e crise de representatividade

A possibilidade de fusão com PSD ou MDB gerou divergências dentro do partido, especialmente nos estados. O empasse principal estava em Minas Gerais, onde Aécio Neves, um dos principais expoentes do partido, temia perder espaço político para o senador Rodrigo Pacheco, que já mostrou interesses em galgar postos mais altos no Executivo estadual.

Desde a derrota presidencial de Geraldo Alckmin em 2018, quando obteve apenas 4,76% dos votos, o PSDB vem perdendo espaço no cenário político. João Doria tentou reposicionar o partido, mas sua tentativa de aproximação com Jair Bolsonaro (PL) e o recuo posterior durante a pandemia geraram mais desgaste interno.

O enfraquecimento tucano também ficou evidente nas eleições municipais. Em 2020, a sigla perdeu dezenas de prefeituras pelo País e, em 2024, pela primeira vez desde 1988, não conseguiu eleger prefeitos em capitais. Atualmente, o PSDB tem apenas 11 deputados, três senadores e três governadores.

Esperança em 2026

Com a fusão com Podemos e Solidariedade, os tucanos buscam uma sobrevida eleitoral e já traçam planos para a disputa presidencial de 2026. A aposta da sigla é lançar um candidato competitivo, mesmo que sem chances reais de vitória. Internamente, a expectativa é que um desempenho entre 7% e 8% dos votos já seria suficiente para reabilitar o PSDB no cenário nacional.

O nome mais cotado para representar o partido na corrida presidencial é o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Ele já disputou as prévias tucanas em 2021, mas perdeu para João Doria. Agora, sem concorrência interna relevante, é visto como a principal aposta para tentar resgatar a relevância do PSDB na política brasileira.

O formato final da fusão com Podemos e Solidariedade ainda está sendo definido, mas a expectativa é que a nova estrutura partidária seja oficializada nos próximos meses.

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