Quem é Gustavo Gayer, que sugeriu “trisal” entre Gleisi, Lindbergh e Alcolumbre

Deputado federal Gustavo Gayer, do PL de Goiás (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Gustavo Gayer (PL) se envolveu em uma polêmica, nesta quinta-feira (13), ao criticar uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Gleisi Hoffmann, recém-empossada ministra das Relações Institucionais.

Lula havia afirmado que escolheu Gleisi para a articulação política do governo por ela ser uma “mulher bonita”, o que levou Gayer a fazer um comentário machista comparando o presidente a um “cafetão” que “oferece” uma mulher para líderes do Congresso, como se fosse uma garota de programa.

Em seguida, Gayer fez uma sugestão ainda mais controversa, propondo um “trisal” entre Gleisi, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), namorado da ministra, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

A polêmica gerou reações imediatas. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, anunciou que processará Gayer por suas falas machistas e apresentará uma representação no Conselho de Ética da Câmara. Alcolumbre afirmou que a imunidade parlamentar não justifica agressões verbais e que a liberdade de expressão “não é para agredir as pessoas”.

O presidente nacional do PT, Humberto Costa, também se posicionou, afirmando que apresentará um pedido de cassação contra o deputado no Conselho de Ética. Costa criticou as declarações de Gayer, alegando que elas foram “agressões à honra de representantes dos Poderes do Estado Brasileiro” e “uma vigorosa manifestação pejorativa e misógina”.

Após a repercussão de suas declarações, Gayer se defendeu dizendo ser o “único parlamentar de direita” a sair em defesa de Gleisi, que teria sido “covardemente menosprezada e achincalhada” pelo presidente. Ele afirmou que sua intenção era “denunciar e escancarar a hipocrisia da esquerda quando se trata da defesa das mulheres”, e que jamais quis ofender ou depreciar Alcolumbre.

Contudo, Gustavo Gayer não é estranho a polêmicas de teor preconceituoso. Em maio de 2024, ele comparou os habitantes da região Nordeste a galinhas que recebem “migalhas” do Estado. Em setembro de 2023, em entrevista ao podcast “3 Irmãos”, o deputado afirmou que regimes democráticos não prosperam na África devido à “capacidade cognitiva” dos habitantes, sugerindo que as pessoas nesses países não têm discernimento entre o certo e o errado.

Veja outras declarações polêmicas:

  • Em maio de 2024, Gayer comparou os habitantes da região Nordeste a galinhas que recebem “migalhas” do Estado. A declaração ocorreu durante um seminário sobre o Sistema Nacional de Educação (SNE). Ele contou uma história sobre o ditador soviético Josef Stalin, que maltratou uma galinha e depois lhe deu migalhas. Segundo Gayer, a galinha ficou “mansa” após receber a comida, o que ele comparou aos programas de assistência social, alegando que a esquerda faz o mesmo com o Nordeste, oferecendo “migalhas” para uma população “depenada”. “Essa história representa o que a esquerda faz com o Brasil, e principalmente o que a esquerda faz com o Nordeste”, afirmou Gayer.
  • Em setembro de 2023, durante uma entrevista ao podcast “3 Irmãos”, o deputado afirmou que regimes democráticos não prosperam em países da África devido à “capacidade cognitiva” dos habitantes. Ele afirmou: “Democracia não prospera na África porque, para você ter uma democracia, você precisa ter um mínimo de capacidade cognitiva de entender entre o bom e o ruim, o certo e o errado. Tentaram fazer democracia na África várias vezes. O que acontece? Um ditador toma tudo, toma conta de tudo, e o povo (aplaude). O Brasil está desse jeito, Lula chegou na presidência e o povo burro (aplaude)”.

Outras investigações

Gustavo Gayer é investigado pela Polícia Federal (PF) por suposto desvio de dinheiro público. De acordo com as investigações, o deputado utilizava recursos da cota parlamentar para manter uma escola de inglês e uma loja de camisetas e acessórios, em um espaço que deveria ser um escritório político. O aluguel do local, de R$ 6,5 mil mensais, era pago com dinheiro público proveniente da Câmara dos Deputados. Além disso, a PF aponta que Gayer contratava assessores para prestar serviços fora das funções do mandato, favorecendo seus negócios privados.

O parlamentar também é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por ofensas contra os senadores Vanderlan Cardoso (PSD-GO) e Jorge Kajuru (PSB-GO). Em fevereiro de 2023, após a reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a presidência do Senado, Gayer chamou os senadores goianos de “vagabundos que viraram as costas para o povo em troca de comissão” e chamou Kajuru de “doido varrido” e “caricatura”.

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