Remake woke de Branca de Neve afunda em polêmicas e fracassa nas bilheteiras

Rachel Zegler interpreta a protagonista no remake de “Branca de Neve”, da Disney: a nova versão do clássico enfrenta críticas e polêmicas – Foto: Reprodução

A nova versão de “Branca de Neve”, considerada por um remake “woke” da Disney, caminha para ser uma das produções de pior desempenho da franquia nos últimos anos, segundo os primeiros números de bilheteria.

O filme se envolveu em diversas controvérsias, desde declarações da atriz Rachel Zegler até a ausência da clássica canção “Someday My Prince Will Come”.

Os primeiros dados revelados pelos cinemas não são animadores. A produção arrecadou apenas US$ 3,5 milhões nas pré-estreias de quinta-feira e deve alcançar entre US$ 45 e US$ 55 milhões no fim de semana de estreia, resultado inferior ao remake de “A Pequena Sereia” de 2023, que fez US$ 95 milhões. Para comparação, “Dumbo”, lançado em 2019, arrecadou US$ 2,6 milhões nas prévias e chegou a US$ 45 milhões no primeiro fim de semana — mas custou US$ 170 milhões. Já “Branca de Neve” passou dos US$ 250 milhões de orçamento, sem contar a divulgação.

Apesar do fraco desempenho, o filme superou as prévias de “Cinderela”, que arrecadou apenas US$ 2,3 milhões. Ainda assim, não conseguiu agradar a crítica. No Rotten Tomatoes, a nota ficou em apenas 44%. Brian Viner, do Daily Mail, deu duas estrelas e descreveu a obra como “confusa e dolorosa de assistir”.

Lançado nesta sexta, o longa tem Zegler como Branca de Neve e Gal Gadot no papel da Rainha Má. No entanto, a presença de Gadot foi ofuscada pelas polêmicas. Viner criticou a tentativa da Disney de não ofender ninguém, afirmando que isso acabou ofendendo a todos.

Ele também apontou a decisão de substituir os anões por personagens gerados por computador, o que, segundo ele, tirou oportunidades de atores com nanismo. Para tentar evitar novas críticas, a Disney os rebatizou como “criaturas mágicas”.

Gal Gadot como a Rainha Má, no remake de “Branca de Neve” – Foto: Reprodução

O jornal Times of London detonou o remake e aconselhou os leitores a “acreditarem no anti-hype”. A crítica descreveu o filme como uma “profanação cultural” vinda de uma empresa centenária que agora “olha para seu material original com nojo”. O Guardian chamou a produção de “musical live-action inútil” e um “instrumento para vender produtos”, dizendo ainda que as atuações de Zegler e Gadot foram as mais apagadas de suas carreiras.

Já a Vulture classificou o filme como “feio, exagerado e recheado de músicas novas sem graça”. O New York Post afirmou que o clássico da animação foi transformado em uma “versão live-action sem alma que some da mente logo após o fim”.

Ainda assim, algumas críticas foram positivas: o USA Today elogiou o remake, e o IndieWire o descreveu como uma versão “doce e cheia de energia” do conto original.

A estreia acontece após anos de polêmicas. A escalação de Zegler gerou protestos nas redes por ela ter ascendência colombiana, enquanto a história original dizia que a princesa foi batizada por ter a pele “branca como a neve”. Zegler disse que, na nova versão, o nome vem de uma nevasca que a personagem sobreviveu na infância. Em 2022, ela já havia causado controvérsia ao chamar a animação original de “ultrapassada” e afirmar que o príncipe era um “stalker”. Depois, recuou e garantiu que a história de amor seria parte importante do enredo.

Outras críticas vieram quando a atriz contou que só viu a animação uma vez na infância, porque tinha medo da história. Já Gadot, que interpreta a vilã, foi alvo de protestos por seu apoio declarado a Israel na “guerra” contra o Hamas. Nascida em Israel e ex-integrante do exército do país, ela vem sendo cobrada por seu posicionamento. Enquanto isso, Zegler demonstrou apoio à libertação da Palestina.

As mudanças feitas pela Disney para agradar um público mais alinhado com agendas identitárias foram, em vários momentos, vistas como contraditórias. Em 2022, o ator anão Peter Dinklage criticou a empresa por seguir com o “absurdo de sete anões vivendo juntos numa caverna”. A Disney, então, decidiu renomear os personagens como “criaturas mágicas”.

Até o filho do diretor original se manifestou. David Hale Hand disse que o novo filme “não tem nenhuma semelhança com a história original” e que está “tão distante que chega a ser ridículo”. Sua esposa Sandra também criticou: “Eles politizaram a história. Estão destruindo algo belo e bem desenhado.”

Diante da dimensão da repercussão negativa, a Disney optou por reduzir o lançamento do filme. Em vez de uma estreia com tapete vermelho em Hollywood, a première aconteceu discretamente em um castelo remoto em Segóvia, na Espanha. Segundo fontes ouvidas pelo site Page Six, a empresa não sabia como lidar com Rachel Zegler e optou por um evento fechado, sem imprensa e com a ausência notável de Gal Gadot.

Conheça as redes sociais do DCM:

⚪Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo

🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Adicionar aos favoritos o Link permanente.