“Árvore” – 1º Festival de Teatro do Oprimido

Belo Horizonte se torna palco do “Árvore” – 1º Festival de Teatro do Oprimido de BH, que será realizado de 5 a 12 de abril em onze espaços da capital mineira. O evento gratuito celebra os 55 anos da metodologia criada pelo dramaturgo brasileiro Augusto Boal e conta com uma programação diversificada, reunindo espetáculos, oficinas, intercâmbios, exibição de documentário e bate-papos com artistas do Chile, Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo e Minas Gerais.

A curadoria do festival é assinada por Herlen Romão, Jackeline Monteiro, Lucas Costa e Mari Sena, que também divide a coordenação geral com Cris Diniz. O evento conta com apoio da Funarte MG e patrocínio da Diefra Engenharia e Consultoria, sendo realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

O Teatro do Oprimido e sua relevância atual

Criado em 1970 por Augusto Boal, o Teatro do Oprimido surge como resposta à censura e à repressão da ditadura militar no Brasil. A metodologia propõe a mobilização social, o pensamento crítico e a transformação por meio da arte. Para Mari Sena, idealizadora do festival, a iniciativa reafirma a força do método: “Realizar esse festival é afirmar a potência da linguagem criada por Boal, reunindo pessoas para trocar experiências e construir novas pontes e saberes.”

O nome “Árvore” foi escolhido para simbolizar a estrutura pedagógica do Teatro do Oprimido, que se ramifica em diferentes técnicas, como Teatro Jornal, Teatro Fórum, Teatro Legislativo e Teatro Imagem. Ao contrário do teatro convencional, que separa atores e público, o Teatro do Oprimido promove uma experiência interativa e coletiva, onde todos são agentes do fazer teatral.

O festival também reforça a importância do Teatro do Oprimido na atualidade, em um contexto de crescimento da extrema direita ao redor do mundo. Para Licko Turle, diretor do espetáculo “O Pregador – Teatro-Fórum Antirracista”, o método é uma ferramenta essencial de luta social: “O TO nunca foi tão necessário, pois propõe a tomada de poder pelos oprimidos. Como Boal dizia, é uma ‘arte marcial’ da resistência.”

Programação do Festival

O evento traz sete espetáculos que exploram diferentes técnicas do Teatro do Oprimido. Confira a programação completa:

Sábado – 5 de abril

  • Espetáculo “Suspeito” – Grupo de Teatro do Oprimido Cor do Brasil (RJ) | Local: Funarte MG
  • Festa de Abertura | Local: Teatro Espanca

Domingo – 6 de abril

  • Espetáculo “Qual é o seu lugar?” (Teatro-Fórum) – Coletivo Madalena Anastácia (RJ) | Local: Funarte MG

Segunda-feira – 7 de abril

  • Espetáculo “Gêner*s” – Centro de Teatro do Oprimido (BH/MG) | Local: Funarte MG

Terça-feira – 8 de abril

  • Espetáculo “Doidinho para Trabalhar” – Grupo de Teatro do Oprimido Pirei na Cenna (RJ) | Local: Centro de Convivência São Paulo

Quinta-feira – 10 de abril

  • Espetáculo “Devagar Escola” (Teatro-Fórum) – Coletivo Calcinha de Palhaça (MG) | Local: Centro Cultural São Geraldo
  • Espetáculo “Animita” (Teatro Jornal Estética Participativa) – Grupo Sinestesia (Chile) | Local: Centro Cultural Venda Nova

Sexta-feira – 11 de abril

  • Espetáculo “Passá-Tempo: Encruzas, Ancestralidades e Identidades” (Teatro Imagem) – Romis Ribeiro e Lessya Felipe (BA) | Local: Centro Cultural Vila Marçola

Sábado – 12 de abril

  • Encerramento – Espetáculo “O Pregador – Teatro-Fórum Antirracista” – Coletivo Pele Negra/Gesto (BA) | Local: Tenda do Bosquinho, CRCP/Parque Lagoa do Nado

Outras atividades

O festival também exibe gratuitamente o documentário Pirei na Cenna: trajetória de uma luta, do Grupo de Teatro do Oprimido Pirei na Cenna.

Haverá ainda quatro oficinas temáticas voltadas para diferentes públicos, incluindo mulheres, adolescentes, idosos e usuários da Rede de Saúde Mental. A oficina “TO e Juventude: Arte e Transformação!”, ministrada por Gabriela Chiari, destaca a inclusão do público na cena teatral.

Dois encontros especiais serão realizados durante o festival: um voltado para praticantes e multiplicadores do Teatro do Oprimido e outro sobre a história e evolução da metodologia, com a presença de Herlen Romão, Lucas Costa, Dimir Viana e Gabriela Serpa Chiari.

As inscrições para as oficinas estão abertas. Para mais informações, acesse: @arvore_festival_to

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