Abertura do mercado japonês traz oportunidade para carnes e BofA elege ação preferida

boi gado nelore na amazônia

O Brasil está um passo mais próximo de fechar um acordo comercial com o governo japonês para abrir o mercado para a carne bovina brasileira. De acordo com o governo local, uma missão japonesa ao Brasil será realizada em breve para inspecionar os frigoríficos e o sistema sanitário, o que é um procedimento importante para abrir um novo mercado.

O Japão é um player relevante no comércio global de carne bovina e, se o Brasil puder obter o credenciamento para exportação, os analistas do Bank of America (BofA) projetam um ganho potencial de 0,3% em termos de valor para cada 100 pontos-base (bps) de ganho de participação de mercado.

O banco ressalta que o Japão é o terceiro maior importador de carne bovina do mundo.
O consumo per capita de carne bovina do Japão é de 6,9 ​​kg/ano, o que é 5 vezes menor do que o dos EUA, com 35 kg/ano, o maior consumidor global de carne bovina. Contudo, a produção no país é pequena, totalizando apenas 356 mil toneladas/ano (0,8% da oferta global).

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Desta forma, como o terceiro maior importador de carne bovina do mundo, ele responde por 6,5% do comércio e fica atrás apenas da China (34%) e dos EUA (18%). Os principais fornecedores de carne bovina para o Japão são a Austrália, com 48% das importações, e os EUA (35%), exportando principalmente cortes desossados. Os preços de importação do Japão para produtos frescos/refrigerados são atualmente US$ 8,1/kg e US$ 6,0/kg para produtos congelados.

Caso as relações se estreitem, a balança comercial brasileira deve melhorar, já que os preços do Japão estão 54% mais altos, avalia o BofA.

O Brasil é o segundo produtor e o primeiro exportador de carne bovina do mundo, respondendo por 28% do mercado de exportação. Se o Brasil puder acessar o mercado de carne bovina japonês, o BofA estima que cada 100 bps de participação conquistada nas importações de carne bovina pode representar um aumento de 0,3% na balança comercial do Brasil (em termos de valor em dólares americanos), assumindo o preço médio do Japão de US$ 7,0/kg.

Os preços do Japão são 53,5% mais altos do que os preços médios atuais de exportação no Brasil de US$ 4,6/kg, então o BofA acredita que as exportações seriam acrescidas em termos de volumes e desempenho de preços para o Brasil.

Os preços permanecem resilientes, mas os custos do gado estão altos. Os preços do gado no Brasil permanecem altos em cerca de R$ 310/15 kg (+35% na base anual), apesar do alívio desde dezembro de 2024 (-11%). O abate de gado no 4T24 caiu 8% na base trimestral, enquanto o peso da carcaça dos animais abatidos caiu 9% trimestre a trimestre, indicando uma oferta mais restrita.

Por outro lado, os preços da carne bovina têm sido resilientes (+17% na base anual no mercado interno e estáveis ​​na exportação em termos de dólares (+30% na base anual em termos de reais).

“Também notamos que o volume exportado permanece positivo em 2025 (+3% na base anual), mesmo considerando a base de comparação difícil do ano passado. No entanto, as margens dos frigoríficos no Brasil caíram recentemente”, avalia o BofA.

Entre as empresas mais expostas às exportações de carne bovina em sua cobertura, o banco mantém sua recomendação de compra para a JBS (JBSS3), dado o sólido momento dos lucros em 2025, forte fluxo de caixa e potencial reclassificação de ações se a listagem nos EUA avançar.

Por outro lado, o BofA mantém recomendação underperform (desempenho abaixo da média do mercado, equivalente à venda) para a Minerva (BEEF3), em alta alavancagem e potencial de alta limitada.

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