Armação? Entrevista de Bolsonaro à Folha admitindo tentativa de golpe não é assinada

A recente entrevista concedida por Jair Bolsonaro ao jornal Folha de S.Paulo apresenta peculiaridades que merecem atenção. O fato de não haver assinatura dos jornalistas responsáveis contrasta com o padrão habitual do periódico, que costuma creditar seus repórteres nas matérias.

Essa ausência de identificação levanta questionamentos sobre a transparência e os procedimentos editoriais adotados na publicação desse conteúdo. Tem mau cheiro de armação.

Na entrevista, Bolsonaro confessa ter discutido com aliados e membros das Forças Armadas alternativas como estado de sítio, estado de defesa, aplicação do artigo 142 e intervenção militar após sua derrota nas eleições de 2022.

Ele afirma, contudo, que essas opções foram descartadas de imediato. Essa confissão reforça as acusações de que o ex-presidente não aceitou o resultado eleitoral e considerou medidas extremas para se manter no poder.

A presidente nacional do PT e ministra da Articulação Política, Gleisi Hoffmann, classificou a entrevista como uma “confissão de culpa”. Ela destacou que Bolsonaro admitiu não ter aceitado o resultado das eleições e ter considerado ações como estado de sítio e intervenção militar para impedir a posse do presidente eleito.

Gleisi também chamou atenção para a ausência de assinatura na matéria, sugerindo que isso poderia indicar uma tentativa de ocultar responsabilidades.

Além disso, Bolsonaro declarou que uma eventual prisão representaria “o fim da minha vida”, ressaltando ter 70 anos e considerando injustas as acusações que enfrenta. Ele questionou a existência de provas concretas de um possível golpe, alegando que as discussões sobre dispositivos constitucionais não ultrapassaram o âmbito das palavras.

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