O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta terça-feira (8) que o tarifaço promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representa uma oportunidade estratégica para a economia paulista, especialmente para setores como a agroindústria. Segundo ele, o governo federal, sob o comando de Lula (PT), está lidando com o tema “como tem que ser”.
“Entendo que as tarifas criam para nós oportunidades. Isso desarruma um pouco o comércio internacional, mas a gente tem que saber aproveitar”, disse o governador, em entrevista no Palácio dos Bandeirantes.
Os Estados Unidos são o principal destino das exportações paulistas, com destaque para produtos como aviões, suco de laranja e óleos combustíveis. Em 2024, o estado exportou US$ 13,6 bilhões para o país norte-americano — superando os US$ 8,3 bilhões enviados à China, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Com a nova rodada de sobretaxas adotadas por Trump — que chegou a 104% sobre produtos chineses e fixou 10% para mercadorias brasileiras, argentinas e chilenas —, Tarcísio acredita que empresas podem migrar da Ásia para o Brasil, o que impulsionaria a produção e as vendas externas de São Paulo.
“Há uma saída de empresas da China, uma sobretaxa forte dos EUA e da Europa. Isso abre espaço para a agroindústria paulista substituir fornecedores com mais rapidez”, destacou o governador.
Tarcísio, que já demonstrou publicamente apoio a Trump — inclusive usando o boné vermelho com o slogan “Make America Great Again” —, afirmou que a medida norte-americana pode acelerar o Acordo Mercosul-União Europeia, além de abrir espaço nos mercados asiáticos e europeus.
Apesar de ser um opositor político de Lula, Tarcísio elogiou a forma como o governo federal tem conduzido o tema. “O governo está lidando com cautela, como tem que ser. Agora, temos que nos estruturar para ocupar esses mercados. Isso é um sinal de alerta que pode virar oportunidade.”
Durante o evento sobre rotas turísticas e comerciais ligadas à produção de café, no Palácio dos Bandeirantes, a equipe do governo de São Paulo defendeu práticas protecionistas para o produto agrícola. O secretário de Turismo, Roberto de Lucena (Republicanos), sugeriu que a população valorize os cafés produzidos no estado, reforçando o papel do setor na economia local.
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