
Em um protesto inusitado, manifestantes queimaram um Tesla Model S no sul de Londres, na quinta-feira (10). Organizado pelo grupo “Everyone Hates Elon”, o evento performático reuniu dezenas de pessoas que, equipadas com marretas, desferiram golpes contra o veículo elétrico enquanto discutiam desigualdade social e o poder de bilionários como Elon Musk.
“Estamos dando aos londrinos a chance de enfrentar o ódio da extrema-direita e dos bilionários e expressar seus sentimentos sobre o estado atual do mundo. A terapia é cara, mas isso é de graça”, declarou um porta-voz do grupo ao The Guardian.
O Tesla 2014, avaliado em £14 mil (cerca de R$ 90 mil), foi doado anonimamente e teve sua bateria removida por segurança antes da destruição.
O ato, realizado no Hardess Studios, misturou crítica política e catarse coletiva. Participantes golpeavam a carcaça ao som de hits como “Hit Me Baby One More Time”, de Britney Spears, enquanto expressavam preocupações variadas. A escritora ucraniana Talia Denisenko, de 32 anos, atacou o capô com uma bandeira de seu país: “Minha família é ucraniana e Elon Musk quer nos manter ocupados”.
Activists at Everyone Hates Elon saved a Tesla from the scrap heap and invited Brits to come and smash it up.
The stunt raised money for local food banks in London. pic.twitter.com/Ks7DS7GlYd
— PoliticsJOE (@PoliticsJOE_UK) April 11, 2025
Alice Rogers, pesquisadora de 24 anos da Universidade de Cambridge, justificou sua participação: “Musk está agindo de maneiras que violam nossa constituição. Estou muito preocupada com o que estou vendo”.
A referência parece apontar para o crescente envolvimento político do bilionário, que atualmente lidera o “Departamento de Eficiência Governamental” (Doge) no governo Trump, com a missão de cortar gastos públicos.
Organizadores enfatizaram o caráter artístico e seguro do protesto: “Este é um evento privado com um Tesla usado que estava destinado ao ferro-velho, é uma obra de arte supervisionada e controlada”. O carro destruído será leiloado, com renda revertida para bancos de alimentos locais. detalhe que os críticos destacam como ironia, dado o contraste com a fortuna de Musk.
O evento “Londres vs Musk” reflete um crescente movimento global de questionamento ao poder concentrado de bilionários da tecnologia. Para Lee Woods, professor de 45 anos que viajou duas horas para participar, o gesto simboliza preocupações maiores: “Estou simplesmente horrorizado com o que vejo acontecendo nos Estados Unidos neste momento”.
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