
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a endurecer o discurso contra a China nesta segunda-feira (14), afirmando que o país asiático estaria se reunindo com o Vietnã para “descobrir como prejudicar os EUA” em meio à escalada da guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo.
A declaração foi dada durante uma reunião com o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, no Salão Oval da Casa Branca, e repercutiu após o início da viagem do presidente chinês, Xi Jinping, ao Sudeste Asiático.
O primeiro destino da viagem de Xi Jinping foi o Vietnã, país que se tornou um dos principais destinos de empresas chinesas que migraram sua produção para escapar das tarifas impostas pelos EUA. A movimentação do líder chinês tem como foco o fortalecimento das relações comerciais e diplomáticas com a região.
Trump comentou, com ironia, a aproximação entre os dois países: “Eu não culpo a China; eu não culpo o Vietnã. Vejo que eles estão se reunindo hoje… uma reunião adorável. Como se estivessem tentando descobrir ‘como podemos ferrar com os EUA’.”
Além das críticas, Trump também sinalizou novas ações econômicas. Segundo ele, o setor farmacêutico pode ser o próximo alvo das tarifas. “Tudo o que tem que fazer é impor tarifas”, declarou. O presidente afirmou que medidas específicas devem ser anunciadas “em um futuro não tão distante”.

Por outro lado, Trump disse estudar formas de ajudar a indústria automobilística norte-americana. Mesmo com empresas como Ford e GM, 46% dos veículos vendidos nos EUA em 2024 foram importados, de acordo com a Standard & Poor’s. Fabricantes como Audi e Jaguar Land Rover já suspenderam exportações para os Estados Unidos, em reação às políticas protecionistas de Trump.
O conflito comercial ganhou novos capítulos neste mês. No dia 2 de abril, Trump anunciou uma nova tabela de tarifas de 10% a 50% para mais de 180 países — incluindo a China, que passou a pagar uma alíquota de 34%.
A China reagiu com tarifas equivalentes e, dias depois, os EUA ampliaram a carga tarifária para 104%. O governo chinês, por sua vez, aumentou novamente as taxas para 84%, equiparando-se ao movimento americano.
Na última quinta-feira (10), a Casa Branca anunciou tarifas adicionais de 125% sobre produtos chineses, somando-se aos 20% anteriores e elevando o total a 145%. A resposta chinesa veio rapidamente: na sexta-feira (11), o governo elevou as tarifas sobre produtos americanos também para 125%.
Apesar da escalada com a China, Trump anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas para os outros países afetados, reduzindo as taxas para 10%. No entanto, essa trégua não se aplica à China, que segue como principal alvo da política tarifária da Casa Branca.
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