
Por Josh Smith e John Geddie
SEUL/TÓQUIO (Reuters) – As dezenas de milhares de tropas dos Estados Unidos estacionadas na Coreia do Sul e no Japão devem fazer parte das negociações tarifárias do presidente norte-americano, Donald Trump, apesar dos esforços de ambos os países para separar as negociações de segurança do comércio.
Em publicações na plataforma Truth Social, Trump disse que o compartilhamento de custos de defesa faria parte das negociações com Seul e levantou a questão do ônus da defesa durante uma visita de autoridades japonesas a Washington nesta semana.
O Japão abriga cerca de 50.000 soldados dos EUA e a Coreia do Sul 28.500. Ambas as nações contam com o guarda-chuva nuclear dos EUA para proteção contra a China, a Rússia e a Coreia do Norte, e são consideradas cruciais para a capacidade dos militares dos EUA de projetar poder e influência na região.
Trump já sugeriu anteriormente que poderia retirar as forças dos EUA se os países não pagassem e, durante seu primeiro mandato, exigiu bilhões de dólares a mais.
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Na quarta-feira, o primeiro vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Kim Hong-kyun, disse ao Parlamento que, embora Washington não tenha proposto formalmente a renegociação do Acordo de Medidas Especiais (SMA), segundo o qual a Coreia do Sul apoia as tropas dos EUA estacionadas no país, Seul está se preparando para vários cenários.
O ministro das Finanças da Coreia do Sul, Choi Sang-mok, disse esta semana que o compartilhamento de custos não está sendo revisto.
Tóquio vê a questão dos gastos com defesa como algo separado das tarifas, disse um funcionário do governo japonês à Reuters. “Essas são questões originalmente separadas”, disse o funcionário, sugerindo que os custos de defesa não deveriam fazer parte das negociações tarifárias.
O Pentágono e o Departamento de Estado encaminharam as perguntas enviadas pela Reuters à Casa Branca, que não respondeu.
A reabertura das negociações sobre defesa é uma “tática de pressão deliberada” de Trump, disse Danny Russel, do Asia Society Policy Institute.
“Trump deixou claro que vê as relações de aliança como transacionais e está determinado a obter um retorno econômico proporcional ao valor do guarda-chuva de defesa dos EUA”, disse ele.
Pouco antes das eleições norte-americanas do ano passado, a Coreia do Sul e o governo do então presidente dos EUA, Joe Biden, apressaram-se em assinar um novo SMA de cinco anos, segundo o qual Seul aumentaria sua contribuição para a manutenção das tropas norte-americanas no país em 8,3%, chegando a US$1,47 bilhão no primeiro ano, com aumentos posteriores vinculados ao índice de preços ao consumidor.
No entanto, essa aposta parece ter fracassado, disse uma autoridade de segurança sul-coreana que falou sob condição de anonimato, pois não estava autorizada a discutir o assunto.
(Reportagem de Josh Smith, em Seul, e John Geddie, em Tóquio; Reportagem adicional de Ju-min Park e Joyce Lee, em Seul, e Nathan Layne e David Brunnstrom, em Washington)
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