Nascido em Londrina (PR), Rafael Mendes estava para terminar o ensino médio, quando começou a treinar natação para se tornar um atleta de ponta. Pouco tempo depois ganhou o primeiro título estadual.
Depois de 4 anos treinando pesado e muitas vitórias, inclusive campeão do estado várias vezes, conheceu um ex-atleta olímpico, o seu conterrâneo e ex-nadador Diogo Yabe, que promovia intercâmbio esportivo de um mês nos Estados Unidos. Sem recursos para pagar a empreitada, ele se ofereceu ao ex-atleta para ajudá-lo. Yabe topou.
Bolsista
Numa ida para os Estados Unidos acompanhar os intercambistas, conseguiu uma bolsa de estudos na Emmanuel University, na Geórgia (EUA), para estudar Business e se integrar à equipe de natação da instituição. Lá, tornou-se capitão do time.
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“Não era atleta de ponta, mas consegui recrutar bons nadadores”, recorda. Mendes descobriu que tinha capacidade de liderar e nas provas de revezamento, mesmo não sendo o melhor, conseguia maiores rendimentos. Foram inúmeras competições, inclusive relacionando pela primeira vez a Emmanuel University, depois de exato um século, na competição universitária nacional na modalidade esportiva.
Terminado o curso, Rafael Mendes já estava com oferta de trabalho para ficar no Estados Unidos. “Mas deu ruim”, como diz. Eram os anos da primeira gestão de Donald Trump no governo dos Estados Unidos e seu visto de permanência no país não saiu.
Nova vida
Acabou entrando em 2019 na Monte Bravo, em São Paulo, depois de receber uma recomendação de uma amiga da área de recursos humanos. Recomeçando nova vida, ele recorda que “o dinheiro ainda estava bem curto”.
Primeiro, se alojou num quarto compartilhado onde permaneceu por cinco meses. Depois, mudou-se para uma república com mais de 20 pessoas, onde poderia ir a pé para o escritório. “Era muito pequeno o lugar que eu morava”, diz. O quarto só cabia a cama e um pequeno guarda-roupa.
“Era muito ruim ficar em casa. Aí veio a pandemia e a situação degringolou”, relembra. Com as pessoas em regime de home office forçado, pediu a Monte Bravo para ir trabalhar no escritório, inclusive nos finais de semana. Era mais confortável ficar na firma do que na apertada república.
“Isso, no fim, foi muito bom. Obviamente trabalhei bastante e consegui desenvolver muito a minha carreira”, diz. No final de 2020 a situação melhorou.
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Rafael Mendes decidiu então dividir um apartamento com um amigo. Mas nem chegou a mudar. Enquanto aguardava a chegada de seu mobiliário na nova residência, dormia na casa da namorada, a Carol, com quem acabou se juntando.
“Sou neurodivergente. Tenho algumas dificuldades que as pessoas tendem a não ter. Aprendi muito com a minha mulher no período que a conheci. Minha evolução surgiu quando ela veio para a minha vida. Casar foi a coisa mais importante que aconteceu na minha vida”, reconhece. “Ela é minha inspiração”, complementa.
“Inspiração”
Carol também trabalha no mercado financeiro. Rafael Mendes a conheceu na Monte Bravo. Nascida numa comunidade em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, superou diversos obstáculos para se tornar hoje uma executiva de banco.
“Em janeiro de 2021 a chave virou. Minha base de clientes começou a crescer. Comecei a acessar um novo tipo de investidor. Fui trabalhando melhor essa base”, lembra Mendes.
“Em março (daquele ano) para frente comecei a receber muita recomendação de cliente. No primeiro semestre, bati minhas metas”, diz sobre o feliz período.
No fim, acabou virando sócio e financial advisor na corretora Monte Bravo. “Eu conseguia agregar ao negócio”, diz sobre seu motivo principal de ter alcançado essa condição na empresa.
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Especializado hoje no atendimento de clientes com perfil de alta renda e private, ele tem sob gestão R$ 180 milhões. Ele tem foco na construção e perpetuação patrimonial por meio de estratégias que abrangem investimentos, gestão de riscos, eficiência fiscal e sucessão.
Desde agosto do ano passado Rafael Mendes está baseado em Stirling, na Escócia, onde realiza mestrado de análise de investimento como bolsista na universidade local. O curso termina no meio desse ano.
O fuso horário o favorece. Ele tem aula pela manhã, no horário escocês. Quando é meio-dia lá, está começando o dia no Brasil. “O desafio não é conciliar estudo e trabalho, mas ficar longe do amor da minha vida”, diz sobre a esposa, a quem dedica o seu sucesso na atividade de assessor de investimentos.
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