
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) emitiu um alerta inédito sobre os riscos do uso de minoxidil, especialmente relacionados à exposição acidental em bebês e crianças pequenas. Segundo o comunicado, há risco de hipertricose — crescimento excessivo de pelos — em bebês que entram em contato com áreas da pele onde o medicamento foi aplicado.
O minoxidil é amplamente utilizado no tratamento da alopecia androgênica, principalmente por homens adultos, mas sua aplicação inadequada pode causar efeitos adversos graves em crianças. Com base nisso, a Anvisa notificou as empresas detentoras do registro do produto para que incluam, nas bulas, o risco de hipertricose em casos de exposição acidental.
No comunicado oficial, a agência recomenda máxima cautela por parte dos usuários do medicamento. “Recomenda-se cautela para garantir que os bebês não entrem em contato com locais onde o produto foi aplicado”, destaca.
Profissionais de saúde também foram orientados a instruir seus pacientes quanto à importância de lavar bem as mãos após o uso e evitar o contato de crianças com as áreas tratadas com o produto.
A agência ainda reforça: “Pacientes que utilizam minoxidil e têm contato frequente com crianças devem procurar um médico caso percebam um crescimento excessivo de pelos nas crianças”.
Casos de hipertricose infantil já foram registrados na Europa
O alerta da Anvisa tem como base relatos semelhantes registrados na Europa, onde países reportaram casos de hipertricose em bebês após contato com áreas da pele tratadas com minoxidil. Em alguns desses casos, o crescimento anormal de pelos regrediu alguns meses após a interrupção do contato.
Devido aos relatos, a Agência Europeia de Medicamentos determinou a alteração das bulas do minoxidil. Pesquisadores espanhóis identificaram 11 casos de hipertricose em crianças com até dois anos de idade, o que reforçou a necessidade da mudança.

O que é hipertricose: a chamada “síndrome do lobisomem”
A hipertricose é uma condição rara caracterizada pelo crescimento excessivo de pelos em locais incomuns do corpo. Historicamente, ficou conhecida como a “síndrome do lobisomem”, termo que, com o tempo, foi considerado pejorativo.
O primeiro caso documentado de hipertricose foi o de Petrus Gonsalvus (ou Pedro González), nascido em 1537, em Tenerife. Conhecido como o “Lobisomem das Canárias”, ele viveu na corte do rei Henrique II da França. Sua história teria inspirado o famoso conto de fadas “A Bela e a Fera”.
Impactos emocionais e a importância do acompanhamento psicológico
Embora a hipertricose nem sempre esteja ligada a causas hormonais ou afete o desenvolvimento físico da criança, pode gerar impactos emocionais significativos, como tristeza, baixa autoestima e isolamento social. Por isso, especialistas recomendam o acompanhamento psicológico e o incentivo a uma rotina saudável de socialização.
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