Facchini: Função de líderes é capacitar, porque não estaremos aqui para sempre

Responsável por comandar uma das maiores fabricantes de carrocerias de caminhões do país, Marcelo Facchini vê na formação de lideranças o segredo para garantir a continuidade de um negócio que já atravessa três gerações.

À frente da empresa familiar que superou R$ 4 bilhões em faturamento anual, ele acredita que uma boa gestão não se mede apenas pelos números, mas pela capacidade de preparar pessoas melhores do que o próprio gestor — algo que considera essencial diante da imprevisibilidade da vida.

“Fiquei três meses afastado por conta de um acidente, e a empresa seguiu funcionando”, contou Marcelo, em entrevista para o podcast Do Zero ao Topo, da InfoMoney. “Nossa função como líderes é capacitar, porque não estaremos aqui para sempre.” Na conversa, ele falou também sobre os desafios de engajar a nova geração no trabalho e refletiu sobre o papel da tecnologia na transformação das relações profissionais e pessoais.

O executivo reconhece que os jovens de hoje buscam resultados rápidos e enfrentam dificuldades iniciais no mercado. “A internet mudou tudo. A informação é muito rápida, o que gera esse imediatismo. Mas acredito que eles vão mudar com o tempo. A gente também foi imediatista no passado”, pondera. Em meio a essas mudanças, ele destaca a importância da convivência e do olho no olho: “Reunião online é prática, mas o presencial é insubstituível”.

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Fora do expediente 

Fora do expediente, Marcelo valoriza a família. Gosta de viajar, fazer churrasco em sua chácara e jogar videogame com o filho Luca. Também tenta, sempre que possível, se desconectar do celular. “Durante o dia, recebo muitas mensagens. Quando chego em casa, são 50 não lidas. Tento manter o foco, mas é difícil.”

Questionado sobre qual conselho daria a si mesmo quando jovem, ele é direto: estude, se capacite, mas trabalhe. “Conhecer o teórico é bom, mas o prático é melhor ainda. Quando resolvi ficar em Rio Preto e conciliar os dois, ganhei muito.” Marcelo também é defensor da paixão pelo que se faz. “Se você não ama o que faz, mude. Você nunca será um bom profissional se não gostar da sua atividade. Eu amo o que faço, trabalho com alegria. Tenho o ‘Facchini’ do coração.”

Ligação com a empresa

A ligação com a empresa vem desde cedo. Neto do fundador e filho de Rubens Facchini, o “Rubão”, ele cresceu frequentando a fábrica, jogando bola e andando de carrinho de rolimã entre os galpões. “Meu pai transformou a Facchini no que ela é. A gente só seguiu os passos dele, com muito respeito ao DNA da empresa.”

Ao olhar para trás, ele reconhece que talvez tivesse passado mais tempo fora do Brasil, após a faculdade, para ampliar a visão de mundo — ou mesmo vivido por um tempo em São Paulo. Ainda assim, não trocaria a vida na fábrica por um escritório. “Meu lugar é na produção. Está no sangue.”

Marcelo também compartilhou seu livro de cabeceira: A Quarta Dimensão, do pastor coreano David Yonggi Cho. “É um livro pequeno, mas impactante. Ele muda a forma como a gente ora, pede e agradece. Recomendo para quem está precisando de algo, seja fé ou direção.

Sobre o do Zero ao Topo

Em mais de 200 episódios, o videocast/podcast de negócios Do Zero ao Topo conta a história dos empreendedores e empresários por trás das maiores empresas do país.

Em cada episódio, o ZAT traz um fundador ou fundadora, em uma conversa franca sobre como iniciou os negócios, os desafios enfrentados ao longo dos anos, as incertezas e os momentos decisivos para a empresa.

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