“Ele não tinha medo”: quem era Jorginho, caseiro devorado por onça no Pantanal

O caseiro Jorginho, morto por onça às margens do rio Miranda, em Aquidauana (MS). Foto: Reprodução

Morto e devorado por uma onça às margens do rio Miranda, em Aquidauana (MS), o caseiro Jorge Avalo tinha 60 anos e trabalhava no pesqueiro onde foi atacado há 16 anos. Seu óbito foi descoberto nesta segunda (21) e os restos mortais encontrados por equipes de resgate na terça (22).

Conhecido como “Jorginho”, ele era descrito como uma pessoa alegre e sorridente, mas “sistemática”. “Eu brincava que ele era um cara chato. Morava sozinho, não gostava de ficar com ninguém”, contou o pescador e empresário Valmir de Araújo, seu cunhado, ao g1.

Jorginho foi desossador em um frigorífico e trabalhou com o cunhado como cozinheiro até conseguir o emprego de caseiro, em 2009. A vítima já estava acostumada com a presença de onças no pesqueiro em que foi atacado.

“Ele sempre avisava que as onças estavam lá. Ele não tinha medo. O patrão dele não conseguia achar ninguém pra ficar lá. Só ele. Teve uma vez que saiu de lá, mas o patrão pediu pra voltar, porque não achava mais ninguém pra trabalhar”, prosseguiu.

Jorginho (de camisa cinza) abraçado com o cunhado, Valmir, durante evento com amigos. Foto: Reprodução

O caseiro chegou a gravar um vídeo mostrando marcas da presença de onças no pesqueiro antes de ser morto e brincou sobre a possibilidade de ser “comido”. O cunhado, que vive no Pantanal desde os 5 anos, diz que já viu os animais de perto, mas jamais acreditou que eles pudessem atacar alguém: “Tem que acontecer na família pra gente acreditar”.

Valmir e Jorginho se conheceram há 30 anos e eram muito próximos. “Ele era meu amigo demais, era o único cunhado que me ligava todos os dias. Era meu amigo, meu parceiro. Mas só eu podia visitar ele, porque aquele lugar era restrito dele”, completou.

O cunhado ajudou nas buscas por Jorginho. Parte de seu corpo foi encontrada na segunda, no local em que foi atacado, e o restante estava em uma toca do felino localizada em uma mata fechada, a cerca de 300 metros de distância.

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